O CDS foi criado há 50 anos. Um partido que nasceu com o nome de Centro Democrático Social. Um nome que trazia toda a informação que seria necessária à definição da sua identidade.

Ser do centro significa estar aonde está a virtude, é ser a casa que pode acolher todos os que venham de um lado ou de outro, é estar preparado para olhar o todo a partir do ponto central que nos dá a melhor perspetiva.

Ser democrático, na época a grande conquista que se tinha obtido, era um grande objetivo, mas representa muito mais do que isso, significa o conjunto dos três princípios que definem a forma de ser cristão: a verdade, a justiça e a liberdade.

Ser social tem a componente mais importante daquilo que se pretendia ser a ação de intervenção pública deste partido. Uma ação voltada para o social, para as pessoas e para o ambiente.

Foi com este propósito claro que se fundou este partido que, ainda hoje, é na sua essência o partido que defende tudo aquilo em que acredito.

Baseado nos valores de Cristo e focado na promoção da vida – e de uma vida cada vez melhor para cada pessoa e sempre com o objetivo de promover a felicidade de cada um –, defendeu desde o seu princípio o Bem Comum, ou seja, a promoção das condições necessárias ao desenvolvimento de cada um e de todos para atingir mais plena e facilmente a própria perfeição.

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O destino universal dos bens, defendendo sempre o conceito fundamental da propriedade privada como um direito de cada pessoa, afirma sem dúvida que a utilização dos bens deve sempre ter em conta o benefício da humanidade e das pessoas, sem nunca esquecer a opção preferencial pelos pobres.

A subsidiariedade, que promove a aproximação da decisão do seu beneficiário, tornando-a mais próxima, mais humana e mais justa, para além de garantir o envolvimento do próprio na decisão que o compromete.

A participação de cada um na vida da sociedade assumindo as suas responsabilidades para com o todo e para cada um dos seus membros.

A solidariedade, pela qual todos nos juntamos, na assunção da responsabilidade sobre o bem-estar de cada um ao nosso lado.

E foi com base nestes valores que se deu o momento da criação do CDS.

Depois, ao longo dos anos e com a evolução da vida política portuguesa, europeia e mundial, o pragmatismo tomou conta das nossas decisões e todos fomos trilhando caminhos que nos pareceram incontornáveis nesses momentos, mas que, de uma forma mais ou menos subtil, nos foram desviando daquela declaração de princípios inicial e nos levaram a seguir os movimentos da moda política imediata e em que ganhou muito destaque a teoria de que aquilo que parece, é!

O politicamente correto deixou-nos com medo de afirmar as nossas convicções e, por vezes, levou-nos mesmo a acreditar que as novas convicções seriam as corretas.

O caminho faz-se caminhando e nunca devemos renegar aquilo que foi a nossa história.

Por isso, assumindo os erros e as faltas, as ambições e as perturbações, o CDS, que começou profundamente democrata cristão, que procurou no liberalismo a sua afirmação e que no pragmatismo encontrou a sua perda, festejou este fim de semana os 50 anos de uma vida que tem acima de tudo o brilho de quem soube sempre, depois de cair, levantar-se!

É este novo CDS, agora com meio século, que se apresenta de novo, cheio de força a um eleitorado que procura encontrar valores, seriedade, preocupação social de verdade e promoção de uma vida digna e de realização como pessoas.

Este CDS, que foge do pragmatismo para defender a verdade, que usa o liberalismo para criar riqueza, mas que usa o social para a distribuir, vem trazer à política portuguesa a verdadeira alternativa de servir Portugal e os portugueses.

Um servir com verdade, com justiça e com liberdade, sempre com a consciência de que é ao povo que devemos atender.