Às vezes é preciso pensar a política – uma actividade que parece ter caído em desuso no calor da luta pela sobrevivência e perante a inconciliabilidade do tempo curto e das regras da comunicação com a conceptualização de valores e ideias.
Há muitas explicações para este estado de coisas. A primeira, é a decadência das fontes do pensamento político e filosófico.
Depois dos grandes ciclos – Iluminismo, Revolução e Contra-Revolução; Capitalismo-Marxismo-Fascismo; Tradicionalismo-Progressismo; Conservadorismo-Liberalismo – e das polémicas confrontações da Guerra Fria entre Comunismo Totalitário e Capitalismo Liberal, entrámos numa espécie de grande centro ou trégua, em que se universalizaram certos conceitos, que, genuína ou oportunisticamente, todos parecem subscrever. Conceitos como “Democracia” e “Direitos Humanos”, que passaram a ser proclamados por todos os regimes e dirigentes, das democracias europeias às oligarquias terceiro-mundistas. São retóricas globais, cartilhas repetidas com mais ou menos convicção, da América à China, de Kinshasa a Berlim.
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