As notícias repetidas acerca de sucessivos membros do actual governo terem sido forçados a abandoná-lo por indecentes e má figura são suficientes para o presidente da República mandar o governo para a rua e marcar novas eleições no mais curto prazo. Caso contrário, o país não sabe o que é a democracia nem como se livrar do partido presentemente sentado nas cadeiras do parlamento para não falar nas dos ministros e secretários de Estado.

Desde então, soube-se que uma recente secretária de Estado do governo PS tinha ido ilegalmente para uma firma da área governativa à qual pertencia e com a qual irá ganhar dinheiro: estou a falar do Turismo! Convém, pois, recordar que o actual líder do PS começou por dar o «golpe da geringonça» a fim de assaltar o poder em Novembro de 2015 para chegou ao «poder absoluto» a 30 de Março do ano passado com pouco mais de 40% dos votos.

Num país onde a representação eleitoral é cada vez mais manipulada, está adubado o terreno para todas as manipulações! A partir de então, o PS revelou sem pejo a natureza oportunista e clientelar que é a sua, fugindo sistematicamente aos referendos que estão por fazer desde a adesão à UE à imposição da eutanásia. Um ano de espera, como disse o PR, é pois tarde de mais e toda a gente o sabe. Em contrapartida, ninguém sabe onde estaremos daqui a um ano!.

A actual terrível conjuntura bélico-financeira mundial não permite a continuação de um governo puramente oportunista e carregado de elementos que tiveram de se ir embora ao mesmo tempo que são mantidas no governo pessoas que deveriam já ter tomado o caminho da rua pelo mesmíssimo facto que levou à demissão dois membros da pasta dos Transportes, Infraestruturas e Habitação… como o ministro das Finanças, acerca de quem o mesmo jornal que denunciou a nova secretária de Estado das Finanças também denunciou os demais envolvidos.

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Com efeito, não só este governo maioritário do PS está, por assim dizer, «furado» por toda a espécie de meliantes, como o primeiro ministro não faz outra coisa que não seja insistir sem fundamento junto do seu partido e da comunicação social numa pretensa boa situação do país, assim como em compromissos com a UE e a NATO que não terá condições para cumprir. O partido governante foi, pois, furado pelos próprios membros do governo e completamente entregue à publicidade partidária e ao clientelismo com promessas de aumentos que perdem o valor antes do próprio aumento da inflação, assim como do crescimento da economia e da falsa diminuição da dívida.

Perante tal cenário indisfarçável de corrupção, inflação e endividamento, o presidente da República não se pode eximir às suas obrigações e esperar um ano para confirmar como a governação se abandonou inteiramente à propaganda, ao clientelismo e ao abuso de poder. Esperar um ano é uma piada de mau gosto. Esperar que o PS se redima é acreditar em boas intenções traídas desde o primeiro dia. O artigo de João Miguel Tavares retratou sem dó nem piedade a edificante mistura de propaganda e clientelismo de António Costa numa campanha em Vinhais.

Tão má ou pior que o protelamento da improvável tomada de decisão do Presidente da República por um ano é a decisão do novo chefe do PSD, Luís Montenegro, de concordar com um mirífico adiamento da demissão presidencial. Realisticamente, o que espera o PSD que o PS fará daqui até lá depois do que tem acontecido sem parar? E não é apenas em termos de clientelismo mas arrisca nova bancarrota à imagem do socialismo à Sócrates?

Para mal dos eleitores, depois de anos sucessivos de oposição incongruente e totalmente ineficaz ao manobrismo socialista até Costa e o PR provocarem a «maioria absoluta», o anterior líder do PSD, Rui Rio, cometeu todos os erros necessários para levar o maior partido da oposição a uma derrota evitável, entregando assim uma apregoada «maioria absoluta» de 41% do PS que temos agora de suportar em plena crise bélica, financeira e económica. No mínimo, Passos Coelho conseguira recuperar da falência provocada pelo socialismo de Sócrates e, quando foi obrigado a ceder o poder à «geringonça» de má recordação, entregou o governo ao PS quando o país já estava a recuperar a economia do país.

Quanto à dissolução do governo, não há nada que impeça o presidente da República de o mandar para casa e convocar eleições. Se pode fazê-lo daqui a um ano, faça-o já. Comprometa os partidos da oposição ao PS a apresentar programas viáveis assim como as suas disponibilidades para fazer as alianças que se revelem necessárias. O PR não tem motivos para não o fazer e arrisca-se a lamentar não o ter feito já.