O acumulado destes três governos do Partido Socialista ficará na história como bom exemplo de criação de verdades alternativas.

Durante dois anos, o Ministro da Educação andou a pregar aos ventos que Portugal havia sido tão diligente, durante a pandemia, que os alunos até tinham melhorado os resultados. João Costa foi repetindo o mantra até se convencer de que isso era verdade, embora fosse o único a acreditar nele.

O país julgava difícil que os alunos tivessem melhorado os conhecimentos e as capacidades dadas as circunstâncias: sem o contacto presencial com os professores, sem a interação direta com os colegas, presos a ecrãs e fechados em casa. Sobretudo, sabendo todos nós que (numa percentagem preocupante) muitas casas não têm as devidas condições técnicas ou tecnológicas, nem o contexto de ambiente propício ao estudo e à concentração.

Porém, há sempre um dia em que a mentira é apanhada. E foi agora, com a divulgação dos testes PISA: Programa Internacional de Avaliação de Alunos. Da responsabilidade da OCDE, feito de três em três anos, por técnicos e sem intervenção política.

O estudo deveria ter sido realizado em 2021, mas foi adiado para 2022 por causa da pandemia. Participaram neste estudo cerca de 610 mil alunos, de 81 países.  Em Portugal foram perto de sete mil alunos, de 224 escolas. São números bem expressivos. E o que diz o estudo?

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Que Portugal tem os piores resultados desde 2006. Que em relação aos resultados de 2018, regista-se uma queda em todos os domínios avaliados: 20 pontos a Matemática, 15 a Leitura e 6 a Ciência.

Entre 20% e 30% dos alunos portugueses não têm as competências básicas mínimas indispensáveis para uma cidadania plena em Leitura, Ciência e Matemática. Nesta última cadeira, em particular, 25% dos alunos não ouvem o que o professor diz e de forma geral, 34% dos alunos distraem-se com dispositivos digitais; 25% distraem-se com outros alunos que estão a utilizar dispositivos digitais

O PISA diz que a nossa média é agora inferior à da OCDE, quando em 2015 tinha sido superior.  Os resultados dos alunos portugueses caíram mais do que a média em Matemática e Leitura – e mais do dobro em Ciências.

Uma das conclusões mais graves é esta: os alunos do 9º ano têm conhecimentos a matemática que equivalem aos níveis expectáveis para estudantes no 8º ano.

O Ministro da Educação começou por dizer que não sabia explicar a descida de resultados. Mas, rapidamente encontrou o culpado: a pandemia. A mesma pandemia que aparentemente tinha feito maravilhas pelos resultados escolares dos nossos estudantes. A mesma pandemia que não afetou de forma igual os restantes modelos de ensino de países da OCDE. O mesmo modelo de ensino que já registava resultados em queda desde 2018.

Poderíamos rir, se não fosse preocupante. E mais preocupante é saber que o Governo demissionário está mais atarefado em fazer WC mistas nas escolas do que e melhorar o ensino, valorizar os professores, requalificar escolas, modernizar os programas e reintroduzir exigência.

Enquanto o Partido Socialista vai na cantiga da esquerda radical sobre livre identidade de género (hoje sou rapaz, amanhã sou menina, depois sou não binário), contra quaisquer evidências da comunidade médica ou ignorando as implicações profundas de medida como esta na intimidade de cada criança, o PISA entra-nos pelos WC adentro, no formato de uma placa de “interdito para obras profundas”.