Temos de reconhecer a verdade: a culpa das fake news não é das fake news, nem das redes sociais. Nem sequer é toda dos fanáticos ideológicos ou dos minions de interesses rasteiros que as congeminam. A culpa das fake news é sobretudo do público acéfalo que corre a acreditar nelas e a divulgá-las. E dos intermediários sem resquício de seriedade intelectual (ou outra – e são tantos) que nas redes sociais sabem bem que estão a divulgar mentiras e distorções da verdade mas que partilham as ditas fake news na forma interrogativa, com um ‘será verdade?’ ou sucedâneo.

E aparentemente há um público imenso com a sofisticação intelectual de um Homer Simpson e que emula a relação deste com a televisão, não concebendo que desta possa vir uma falsidade. Sobretudo se for partilhada por alguma entidade geralmente revestida de qualquer autoridade, ou se apresentar como bem informada. (Bem falante não precisa de ser, porque a forma vagamente, muito vagamente, parecida com a língua portuguesa usada pelos autores e divulgadores de fake news bastaria em qualquer pessoa proficiente na dita língua para desconfiar da veracidade da mensagem.)

Porque, convenhamos, acreditar que a nova PGR foi fotografada em plena campanha eleitoral num grupo de amigos de José Sócrates, sendo a mulher muito mais nova (e cujas parecenças se resumem a partilhar o conjunto de cromossomas xx) que aparece na fotografia que foi difundida nas redes sociais só é possível na ausência de neurónios funcionais ou de QI sub humano.

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