Não sou apologista de políticos cinzentos que teimam em comunicar com os eleitores fazendo uso dos hábitos vigentes circa 1970. Não torço o nariz à experimentação de novas formas de comunicação, mesmo quando correm mal (quem disse que se acerta sempre?) Não tenho paciência para quem arenga com sobranceria sobre a abstenção e a distância entre os cidadãos e os eleitores dos políticos, mas critica com ainda maiores peneiras as tentativas dos políticos comunicarem e fazerem pontes com os seus súbditos, perdão, governados.

Por isto, não estive entre os críticos do telefonema do Presidente da República para Cristina Ferreira quando iniciou o novo programa. Nem com os atormentados com cozinhados de Assunção Cristas e António Costa no dito espaço de televisão. E não me indigna só por si que Marcelo Rebelo de Sousa tenha convidado para o Palácio de Belém umas dezenas de influencers, acabando por se passear pelas redes sociais em abundância.

Se os influencers têm seguidores – tal como Cristina Ferreira tem espetadores e fãs – por que diabo não poderia o Presidente mostrar que comunga interesses com os cidadãos (os que veem televisão e os que seguem instagrammers)? Que se esforça por criar pontes com os eleitores? Que valoriza a tal sociedade civil de que tanto se fala e, até, pessoas empreendedoras e que vivem da sua iniciativa e engenho? Que quer normalizar as figuras políticas junto dos mais novos (que só usam o instagram e reviram os olhos com excentricidades dos velhotes como o twitter ou o facebook)?

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