Se outrora o feminismo foi um esforço legítimo pela não discriminação em função do genéro, hoje mais parece uma luta instrumentalizada por alguns partidos políticos de forma bastante incoerente. O incessante alcance da plena igualdade de género que a esquerda apadrinha tem gerado conflitos de interesse que comprometem a sua credibilidade.

Um exemplo claro disso é a inclusão de mulheres transgénero em competições femininas. A implementação de categorias femininas no desporto advém do reconhecimento das diferenças biológicas entre homens e mulheres e as desigualdades que estas podem gerar. Onde está o feminismo dos ditos protetores da mulher que consideram justo que estas compitam em pé de igualdade com homens biológicos, pondo em xeque o propósito original da distinção de categorias?

Onde está o feminismo daqueles que acolhem de braços abertos a ideia de uma imigração descontrolada e desregulada? É prudente ter em consideração que ao deixarmos entrar indiscriminadamente alguém no nosso país estamos igualmente a importar a sua cultura e tradições. Se não houver uma seleção cuidadosa e criteriosa arriscamo-nos a abrir as portas do mundo ocidental a práticas como a mutilação genital feminina e os casamentos forçados com menores de idade, condutas socialmente aceites em algumas culturas.

Onde está o feminismo daqueles que defendem a obrigatoriedade de quotas no mercado laboral? O que é descrito como uma medida que visa combater as “desigualdades estruturais” transforma-se não só numa discriminação invertida como também num atentado à meritocracia. É altamente redutor descredibilizar por completo as capacidades de uma mulher, sugerindo que só chegará a determinadas posições por meio de quotas.

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De igual modo, o atual movimento feminista parece defender de maneira efémera uma guerra de sexos: está a tornar-se em femismo. Descreve todo e qualquer homem como um ser misógino e opressor, incapaz de aceitar o sucesso de uma mulher. Ao mesmo tempo pinta a mulher como uma vítima às mãos de uma estrutura patriarcal, como se esta não fosse capaz de lutar sozinha pelo alcance da eudaimonia.

As correntes modernas de feminismo bacoco não defendem de maneira alguma a mulher comum, muito pelo contrário, são uma ameaça ao seu empoderamento. A substituição da palavra “mulher” pelo termo “pessoas que menstruam” traduz um mero exemplo de uma tentativa de inclusão que, paradoxalmente, acaba por diluir a identidade feminina e desvalorizar a beleza única de ser-se mulher.

Para revitalizar a sua essência e relevância, o feminismo deve começar a priorizar mudanças que impactam a vida de todas as mulheres, em vez de símbolos e termos completamente vazios que satisfazem os interesses de minorias ideológicas.