As eleições legislativas de 10 de março convocadas por sua Excelência o Presidente da República, por motivos da demissão do primeiro-ministro António Costa, ainda algo distantes no horizonte temporal, têm marcado o quotidiano dos noticiários destes últimos tempos.

Portugal, mais do que um país de futebol é também um país de tramas políticas, não fossemos nós os especialistas na produção de novelas no continente europeu. Decididamente a política tomou conta do espaço de comentário na televisão e a cada dia que passa somos confrontados com várias posições de deputados, comentadores, especialistas e membros de partidos sobre várias matérias.

A dinâmica político-partidária saiu do armário e está em plena viagem para o tão desejado dia das eleições. Não podemos descurar que a ânsia por um governo melhor, por uma vida melhor e por um país melhor está na cabeça de todos os portugueses, mesmo na daqueles que são mais distraídos. A inflação, o aumento do desemprego e o problema dos serviços públicos fazem-se sentir e deixarão recordações da estagnação socialista dos últimos oito anos.

Façamos agora um exercício que nos pode até recordar a nossa infância: escolher um amigo para a nossa equipa de futebol do intervalo na escola e tracemos um paralelismo aos jogadores políticos mais sonantes e disponíveis para essa luta no dia 10 de março.

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São várias a opções, do mais magriço ao craque do clube da terra. Queremos na nossa equipa o jogador de pé esquerdo que vai a jogo há muito tempo, passa pouco a bola, corre para a frente desalinhado com a tática da equipa, faz faltas e cria má relação com o árbitro? Preferimos o também jogador de pé esquerdo, conhecido dos mais velhos, que pratica as mesmas fintas e está sempre contra as indicações do treinador? Escolhemos o jogador melhor em bloco, com rasgos de modernismo, alguns passes acertados, mas sem vontade e chegar às grandes ligas? Selecionamos o jogador mais conservador, que resmunga, resmunga, mas não sabe sequer as principais regras do futebol? Damos a vez ao colega de turma que joga menos, até é conhecedor das regras, faz algumas fintas e tem algum respeito pelo relvado? É boa ideia escolher o colega mais centrista e democrata, mais encorpado, com laivos de bom jogador, competente e responsável, mas já teve os seus melhores dias?

Cada português, como treinador de bancada, deveria na dúvida escolher o novo colega de turma, que alguns até dizem ser de direita, mas na verdade é um central liberal que fez alguns jogos, tem espírito coletivo, respeita a tática, e traz rasgo novo de humanismo social e liberalismo funcional a um futebol que ser quer direto e moderno

E tu qual escolherias? A alternância ou a alternativa? A fluidez ou a escolta? O tacitismo ou o humanismo?

Vamos fazer do campeonato lá da escola uma verdadeira liga profissional, sem mais demarcações, processos inflamatórios, cartões amarelos ou jogos à porta fechada.