A “mulher mais rica de África” é agora a mulher mais evitada de África. O seu dinheiro, que até a elite de Davos aceitava, passou a ser evitado. Isabel dos Santos mediu mal o poder que tinha e deixou-se transformar no símbolo do combate à corrupção em Angola. Fez tudo que lhe apeteceu em Portugal, brincou com empresários e até com Governos. Mais ainda fez em Angola. Agora parece ser a única que roubou os angolanos, enquanto todos os outros, aparentemente, se vão salvando com acordos, repatriando dinheiro.
Uma das lições deste caso é que o poder do dinheiro tem limites. A “princesa”, a “mulher mais rica de África”, colapsou sob o peso do poder político. É isso que todos queremos, que o poder económico e financeiro seja limitado pelo poder político. Mas o presidente angolano João Lourenço ainda tem de provar que está a combater seriamente a corrupção, em toda a linha, e não apenas a substituir uma cleptocracia por outra. Para já temos todas as razões para duvidar que todos estejam a ser atacados.
Temos antes razões para acreditar que Isabel dos Santos foi escolhida porque resistiu a um acordo de repatriamento de capitais, porque é a personalidade angolana milionária mais mediática e porque pode servir de exemplo a todos os outros. “Vejam o que se passou com a Isabel, que parecia impossível de destruir, vejam o que se pode passar com vocês”, parece ser a mensagem subjacente aparentemente com resultados.
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