Mais de uma semana volvida, observo com a racionalidade e frieza necessária o passado conclave social democrata. O PSD é um partido especial. Nos corredores do seu congresso, olhos nos olhos, cruzamo-nos com médicos e agricultores, empresários e professores, estudantes e profissionais liberais, gentes das letras e da cultura.
Ali, respira-se Portugal. Em estado puro, encontramos representação territorial plena, homens e mulheres em igualdade de circunstâncias, povo que subiu a pulso entrelaçado com juventude ambiciosa e determinada.
É esta circunstância excecional que faz o PSD estar mais próximo dos portugueses. É por ser a casa de tanta gente que nele se encontra o espírito reformista que coletivamente, a cada tempo, ambicionamos.
Este partido – de história extraordinária – está ansioso de transformação. Das circunstâncias e das jovens gerações sai a exigência de uma nova realidade partidária, assente em inovação capaz de o adaptar aos mais recentes desafios. Impera a necessidade de reaproximar militantes e antigos militantes. É indispensável a coesão para a captação dos melhores da sociedade que, vindos de cada área, podem fazer a diferença.
Foi desta convicção que nasceu a nossa candidatura ao Conselho Nacional do PSD. Livres e desprendidos, confiantes num coletivo que se afirma perante a individualidade, acreditamos que é nas pessoas e na sua diversidade que reside o maior ativo do partido e, consequentemente, a maior esperança dos portugueses.
E Portugal tem hoje tanto por fazer e tanto para ambicionar! Temos pela frente um conjunto de propósitos inadiáveis aos quais só o PSD poderá responder.
Do PS, e da esquerda que timidamente o suporta, só podemos contar com imobilismo e incapacidade de transformar Portugal. Governam para existir e sobreviver em vez de existirem e sobreviverem para reformar. Deixo-vos 5 exemplos claros e inequívocos desta realidade:
- Todos os dias se recupera a ideia de que a corrupção voltou a vencer em Portugal. A substituição da procuradora-geral da República e o aparente congelamento dos grandes processos dão sinais preocupantes e tenebrosos.
- O sistema político que temos não responde ao sentimento de exaustão dos portugueses. O regime não acompanhou as transformações impostas pela globalização e pelo centralismo exagerado, não liga hoje eleitos e eleitores e desrespeita o território nacional.
- Vivemos sem acesso a cuidados de saúde dignos. Ricos e pobres habitam em mundos distintos. De forma absurda, o governo esquece parceiros sociais e centraliza toda a resposta de saúde num sistema público no qual não investe. O desinvestimento provocado faz a resposta pública colapsar e condena os portugueses às ofertas privadas. A estas, a maior parte de nós, está impedido de aceder por insuficiência financeira.
- Os jovens portugueses não têm condições para a emancipação. Nos últimos 10 anos, o preço das casas subiu mais 4,5 vezes que o rendimento per capita do nosso país. Forçados a viver nos grandes centros urbanos, sabemos que o nosso trabalho não é suficiente para arrendar ou comprar casa. Sem habitação, somos condenados ao envelhecimento generalizado por falta de políticas ativas e estruturais de apoio à natalidade.
- Conforme tão bem se vê no ensaio de Abel Mateus publicado esta semana no Observador, o país está bloqueado, estagnado e incapaz de gerar crescimento económico. Em sufoco fiscal, estamos condenados a uma política salarial baixa que nos envergonha na comparação com o restante espaço europeu.
O PSD não tem de ser apenas opção para as situações catastróficas em que, por vezes, o país é colocado.
Hoje, o partido tem a oportunidade de se afirmar como o motor da transformação que Portugal deseja, propondo ao país uma alternativa agregadora verdadeiramente reformista criadora de sonho, adesão e envolvimento.
Há muito de inadiável para fazer e a nossa geração não vai faltar à chamada. Não falharemos, nem deixaremos de assumir as nossas responsabilidades. Diremos que sim. Não aceitaremos continuar a ficar para trás.