Impensável há um par de semanas, a sociedade e a democracia norte-americanas vivem dias de erupção vulcânica do que têm de melhor, capacidade de se auto-reinventarem e mudarem de ciclo histórico. Desde o século XVIII com a independência, que o mundo vai atrás do que acontece nos Estados Unidos da América (EUA).
Se o detonador desta feita está a ser a campanha eleitoral desastrosa de Kamala Harris, fundamental é o banho de realidade das minorias identitárias, em especial da minoria negra. Esta continua a ser o núcleo-chave que arrasta transformações profundas nos EUA. Aconteceu no século XIX com guerra civil entre 1861-1865; o mesmo com a conquista dos direitos cívicos nos anos 60/70 do século XX que, depois, acabou por racializar e fragmentar de novo os norte-americanos graças aos excessos do Partido Democrata; entrados no século XXI, chegaram os dias de regresso a um novo ciclo de coesão social imposto por Donald Trump, do Partido Republicano, em rotura com as políticas identitárias e económicas da esquerda que em tudo cederam ao globalismo, para grande proveito da China.
Graças a uma candidata ultraesquerdista cujas réstias de credibilidade se esfrangalham a cada hora de campanha eleitoral que a imprensa por cá esconde, a minoria negra vive dias sem precedentes de conquista da liberdade individual no espaço público contra décadas de sequestro mental imposto pelo Partido Democrata. A esquerda norte-americana prova, por estes dias, o sabor amargo de ter ousado ser a nova dona dos negros, tal como aconteceu no século XIX com a elite sulista escravocrata.
Basta ver debates televisivos envolvendo negros, mais ainda canais individuais de negros nas redes sociais com milhares e milhares de seguidores. Nunca foi tão clara a sua liberdade individual e investida contra a imoralidade esquerdista, que instrumentaliza a sua pertença racial em nome da divisão dos norte-americanos: negros contra brancos, pobres contra ricos, minorias sexuais contra a maioria heterossexual, por aí adiante.
De repente, o falhanço da indiana-negra Kamala Harris está a normalizar, no interior das minorias, a fragmentação política entre democratas (uns continuam de esquerda e progressistas) e republicanos (a nova vaga crescente de direita e conservadora), tal como acontece com a maioria branca. Hino histórico inédito de coesão social que brota do interior da minoria negra à revelia da esquerda. Não é mero detalhe sucederem-se negros a tomarem como ofensivo o apelo de Barack Obama para os homens negros votarem na candidata democrata. A nova sensibilidade social dos negros não admite publicamente ser tratada como criança pelos democratas, nem como propriedade da família Obama, Barack e Michelle.
A elite do Partido Democrata está a ter um banho gelado de realidade. Não consegue ser credível entre os negros quando os tenta convencer que a sua candidata, Kamala Harris, é negra (rejeitam-na como indiana), de classe média (acusam-na de ser de uma família rica desde o berço) ou boa governante (acusam-na de ter promovido o desastre da imigração ilegal que prejudica os mais desfavorecidos e de ser conivente com a desregulação da economia). Sustentada em argumentos morais e racionais abertamente expostos na opinião pública, aí reside o fenómeno da migração estrutural, que resistirá para além das eleições presidenciais, de uma parte do eleitorado negro do campo democrata (esquerda) para o campo republicano (direita).
Não menos notável é capacidade de Donald Trump, e das suas políticas, se transformarem no mais sólido ponto agregador de sempre que instiga tal migração eleitoral, fenómeno que destrói para sempre a narrativa de jornalistas, académicos ou artistas brancos, casta que se julgava dona dos negros. Kamala Harris, e tudo que envolve a sua candidatura presidencial, estão a revelar-se a cada dia tão aviltantes para certos segmentos das minorias raciais ou étnicas que encerram um ciclo histórico e social em que bastava anunciar que se era de esquerda e que se era de uma minoria (ou defensor das minorias), acrescido do trunfo infalível nos anos recentes de se declarar anti-Trump, para os ventos serem bastante favoráveis. Toda essa artilharia ideológica pesada colapsou nestes dias da campanha eleitoral.
Estamos perante uma verdadeira revolução moral, cívica, cultural em curso nos EUA, e só uma imprensa inimiga da realidade não vê na atual campanha eleitoral um momento histórico notável. Os debates televisivos e as redes sociais que envolvem negros são elucidativos. Na sua autonomia, estão a colocar Kamala Harris precisamente no lugar-alvo-negativo da crítica e da mobilização do ódio social onde o seu partido, o Democrata, imaginava colocar o republicano Donald Trump. É marcante ver em direto, e num curto espaço de tempo que ficará para a história, a realidade a encarregar-se de virar o feitiço contra o feiticeiro.
Sobre a indiana de sorriso de hiena, corre nas redes sociais de diversos negros que «Kamala is evil». Enquanto procuradora-geral da Califórnia já havia rumores da indiana os ter perseguido, sentimento radicalizado há dias pelo testemunho chocante de uma mulher negra, mãe solteira processada por Kamala Harris. Foi acusada porque a criança negra, sua filha, faltava às aulas além do legalmente permitido. Indiferente aos apelos de clemência da mãe, a então procuradora-geral, agora candidata presidencial democrata, fez arrastar o processo judicial por dois anos. A senhora perdeu o emprego e a sua família monoparental desfavorecida ficou impossibilitada de pagar a renda de casa e ter de viver da caridade. Depois de comprovada a injustiça em tribunal, afinal a criança negra excedeu o limite de faltas na escola por causa de uma doença crónica grave, não mais é possível apagar os danos psicológicos e materiais causados à família negra e, por extensão, à comunidade.
O episódio é mais um entre outros. A participação de Kamala Harris em comícios, entrevistas e demais programas evidencia um caso surpreendente de alguém sem mérito, sem conhecimentos mínimos, sem agilidade mental ou dignidade sequer para ter chegado a vice-presidente dos EUA. Está a tornar-se de senso comum que a indiana-negra só poderia ser indigitada como candidata presidencial, no lugar de Joe Biden, a coberto da casta mandante do Partido Democrata atropelando as regras da democracia partidária, o que lhe permitiu evitar o escrutínio das eleições primárias internas a que toda a sua mediocridade ficaria exposta. Não há cor de pele minoritária que justifique que a esquerda tenha descido a tal ponto.
Além de diversos episódios, somou-se ainda a participação há dias de Kamala Harris no reputado programa televisivo «60 Minutes». A CBS, canal esquerdista, manipulou as imagens para suavizar na opinião pública o desastre da prestação da entrevistada, em concreto a sua «word salad» (não dizer coisa com coisa) sobre a guerra entre Israel e o Hamas. O episódio configura a interferência ilegal no processo eleitoral, como acusa Donald Trump, escândalo que permite colocar a possibilidade da CBS perder a licença de emissão, mais um motivo para colocar em pânico o jornalismo esquerdista.
É todo um universo de lixo ideológico desumano que o desastre Kamala Harris felizmente ajuda a limpar da história em pouquíssimas semanas, esperemos que de vez e por todo o mundo. Se o republicano de direita Donald Trump já era a figura mais marcante do século XXI acontecesse o que acontecesse nas eleições presidenciais de 5 de novembro, em poucas semanas os astros alinham-se para ser ele a liderar, desde já, a abertura de um novo ciclo de revitalização profunda da sociedade e democracia norte-americanas dos mais notáveis. É obra! A paz e a sanidade mental e económica do mundo agradecem!