A vitória dos republicanos nas eleições intercalares marca, na práctica, o fim da presidência de Obama. Na política interna, não fará nada de relevante. A forma desastrada como a sua administração tem implementado a famosa lei ‘Obama care’ explica em grande medida a derrota de ontem. É difícil de entender a ligeireza com que Obama tentou implementar a sua iniciativa legislativa mais importante. O pouco empenho da Casa Branca mostrou a falta de determinação política de Obama. Cada vez são mais os que percebem que Obama pouco mais faz do que discursos.

Até às eleições de 2016, o Partido Democrata limitar-se-á a ignorar, respeitosamente, Obama. Os partidos são implacáveis com os derrotados. Obama deixou de garantir vitórias. Agora apenas provoca derrotas. O homem que encantou multidões com os seus discursos, vai passar dois anos sozinho e abandonado pelos seus. O próximo candidato democrata, possivelmente Hilary Clinton, irá fazer campanha dizendo que será o oposto de Obama.

Resta ao Presidente norte-americano a política externa. A primeira reação à derrota eleitoral foi pedir ao Congresso autorização para usar a força no Iraque e na Síria. Eis a dimensão do fracasso de Obama. Vai chegar a 2016 e a fazer o contrário do que prometeu em 2008. A fraqueza de Obama é uma má notícia para os aliados dos Estados Unidos, como os europeus. O expansionismo russo, as negociações com o Irão, a anarquia no Médio Oriente e a ameaça terrorista exigiriam um Presidente forte. Com um presidente americano fraco e com a Europa a lutar pela recuperação económica, os próximos dois anos não serão fáceis.

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