Nós já sabemos que na noite das eleições todos tratam de festejar ou de fingir que festejam. Mas convenhamos que ontem exageraram. Bastava olhar para o sorriso amarelo de Mário Centeno a bater palmas a António Costa no palco do Altis – ele sabe que as juras de amor à geringonça valem tanto como aqueles jantares destinados a salvar casamentos já estragados. Ou seja, muito pouco.

Mas vamos por partes, que vale a pena entender que já nada está normal apesar de nos quererem vender a mais tranquila normalidade.

A noite começou com as habituais declarações delambidas sobre a abstenção recorde. Que era um problema, uma inquietação, um sinal preocupante. Mais do mesmo, nada de novo, mas tudo com uma agravante: nestas eleições houve mais partidos a concorrer, mas mesmo assim menos portugueses a votar (quase menos 300 mil do que há quatro anos). E, como se isso não chegasse, entre os que se deram ao trabalho de ir às urnas, subiu o número dos que votaram em branco ou nulo (em percentagem, eram 3,7%, agora foram 4,28%).

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