Esta semana tem sido ocupada com uma discussão sobre a imigração que começou nos políticos e se estendeu aos cafés e redes sociais. De repente, toda a gente tem uma opinião ou posição sobre o assunto, mesmo que sem o mínimo de discernimento ou bom senso. Não se faz a distinção entre refugiados e imigrantes que se deslocam para trabalhar, não se analisa a motivação destes últimos, não se enquadra o desmantelamento do SEF com o descontrolo nas fronteiras ou o aumento do tempo de espera dos processos. Sei que quase toda a população portuguesa sabe o que é receber bem, ajuda a integrar quem vem procurar uma vida melhor, e tem no seu ADN o multiculturalismo, a diversidade de raças e o entendimento das dificuldades da vida longe de casa. Mas mais do que boas intenções, é necessário precaver o bem-estar de todos os residentes no território nacional e garantir o cumprimento das regras atuais do Estado de Direito, não deixando de proteger a paz social e a economia.
Mas afinal qual é o problema da imigração? Em primeiro lugar, a maior parte dos imigrantes vem com a retórica de que Portugal faz parte da Europa rica e civilizada, onde há oportunidades para todos e a vida é muito melhor. Já foi assim, antes de Guterres e de Sócrates, antes da entrada do FMI e da troika, antes dos socialistas ficarem ao leme e governarem com a extrema-esquerda. Sei que é difícil os jovens de hoje acreditarem, mas houve um tempo em que fomos um país com uma economia pujante e atrativa – que passou de uma economia em vias de desenvolvimento com modelos de negócio subdesenvolvidos, para um mercado credível, competitivo e bem sucedido. Foi o tempo das maiorias absolutas do PSD e também quando o país teve maior paz social.
Lembro-me que o maior escândalo com um ministro foi uma piada de humor negro dita informalmente, mas que alguém gravou e que provocou a sua demissão imediata. Sim, eram tempos completamente diferentes dos de hoje, em que aproveitávamos realmente as oportunidades dadas pelos dinheiros comunitários e a governação era feita de forma séria. Ao contrário do que dizem os extremistas de direita e de esquerda, há uma enorme diferença entre o PS e o PSD: a análise das suas maiorias absolutas e dos acordos de governação não deixam dúvidas. E o mais relevante nesta discussão é que os imigrantes vêm atrás de um país com maioria absoluta do PSD e encontram um país com maioria absoluta do PS – com um custo da habitação insustentável, subemprego e carga fiscal desincentivadora do empreendedorismo.
No ano passado havia 757 mil cidadãos estrangeiros titulares do cartão de residência, mas sabendo que o processo de muitos está atrasado, este número será muito maior. Só a comunidade brasileira aumentou mais de dez por cento no último ano, estando já a caminho dos trezentos mil. Mas a verdade é que muitos se desiludem rapidamente e dão meia-volta: preferem um país com subdesenvolvimento e criminalidade violenta. E isto faz-nos refletir sobre o país que temos hoje, depois de tantos anos de partido socialista e extrema-esquerda: os nossos melhores quadros vão quase todos para o estrangeiro e os que teimam em ficar são subaproveitados e excluídos, afundados num lamaçal de corrupção onde a meritocracia só existe para quem tem os conhecimentos certos.
Portanto, a chave para o problema da emigração não está em colocar arame farpado nas fronteiras, mas sim na construção de uma economia poderosa, geradora de riqueza, com uma indústria avançada, serviços modernos, aproveitamento dos recursos naturais para lá do turismo e uma gestão assente na inovação sustentável. Esta revolução económica será fundamental para aumentar os salários, atrair mão-de-obra especializada e reter os nossos talentos. Esta revolução económica será o ponto final da governação socialista que gerou uma febre no turismo e empregos com salários miseráveis. Portugal tem capacidade para ser muito mais do que um destino de férias liberal para turistas e parado no tempo. Mas quem será capaz de fazer nova revolução económica? A melhor forma de atingirmos um futuro melhor é observarmos o melhor do passado: uma maioria estável do PSD.