Cansado de estudar ou trabalhar, sem prospeto de futuro ou com a carreira congelada? Nada tema! O cartão PS está aqui para si. Deixe o trabalho, os estudos, o socialismo democrático e todas as outras massadas e chatices da sua vida. Tudo aquilo com que sempre sonhou: porco no espeto na festa anual, salários avultados, cargos públicos “à la carte”, contratos milionários, amigos influentes, documentos falsificados, e tudo isto com proteção judicial e mediática, pode agora concretizar-se através deste pequeno pedaço de cartão plastificado.

Sim, leu bem. Pode parecer mirabolante, mas não, é real e está ao seu alcance. Ligue agora mesmo para o Largo do Rato. Se for um dos primeiros 50 sortudos será presenteado com um contrato milionário, celebrado com uma autarquia à sua escolha, do vasto leque de autarquias onde governamos. Se ligar entre as chamadas 51 a 100 terá garantido, à sua espera um confortável cargo de assessor, secretário adjunto, secretário de Estado ou ainda mental coach do primeiro-ministro. Se não foi rápido o suficiente, não se aflija, os tachos são intermináveis e o PRR está aí à porta. Aproveite antes os nossos planos: familiar, ideal para famílias de 2 a 7 elementos, ou BFF, perfeito para amigos de infância ou compinchas à maneira. Ambos usufruem de isenção de cotas em regime vitalício e inscrição automática à nascença ou à camaradagem.

Se ainda não acredita que tudo isto é possível, preste agora atenção à lista de alguns dos nossos clientes mais satisfeitos: José Sócrates, António Costa, Mariana Vieira da Silva e família, Ana Abrunhosa e marido, Manuel Pizarro, Fernando Medina e compincha (Sérgio Figueiredo), Eduardo Cabrita e mulher, Miguel Alves, Tiago Cunha e muitos outros por descobrir.

Se já está a pensar que as condições e requisitos de acesso são inacessíveis ao comum cidadão engana-se, estão ao alcance de qualquer um: não ter dívidas ao Estado, apresentar uma maneira criativa de implementar impostos ou taxas, ter em sua posse pelo menos três gravatas encarnadas, apresentar o comprovativo da fatura de um dos livros do senhor engenheiro José Sócrates, saber cantar uma música de Jorge Palma de trás para a frente, e saber declamar as seguintes frases: “A culpa é do Passos Coelho”, “Nós virámos a página da austeridade”, “Foi o Passos Coelho”, “Não vejo qualquer incompatibilidade entre o meu cargo e a empresa do meu pai”, “A responsabilidade foi do Passos Coelho”. “Não abusaremos em situações de maioria absoluta”. Não perca esta oportunidade única de viver à custa dos outros e junte-se a nós nesta caminhada até à cauda da Europa, em honra de São Chico-Esperto.

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