Na semana passada, na resposta a uma pergunta de um jornalista, Nuno Melo afirmou a posição que Portugal mantém sobre aquele território.

Neste Portugal politiqueiro deste primeiro quarto do século XXI, tudo se apressou a tentar aproveitar a referência em questão para criticar o representante do CDS no governo, com a perspetiva de ganhar um ponto nas redes sociais, sempre à custa dos deslizes potenciais dos rivais políticos.

Oposição, críticos e jornalistas, numa azáfama de loucos, começaram a ridicularizar as palavras referidas, sem qualquer consciência daquilo que representa denegrir uma posição internacional mantida por todos os governos de Portugal, até ao presente, relativamente a uma questão de direito internacional.

Não importa se a questão é ou não pertinente, nem se é ou não oportuno levantá-la.

A questão foi levantada por um jornalista e nenhum membro de um governo, ou representante ou líder político em Portugal poderá responder de outra forma a essa questão.

Ora, aquilo que percebemos de tudo o que se passou entretanto, para além do enorme mérito de esta discussão ter trazido a público uma história de que a maioria dos portugueses pouco conhecimento teriam, é que as nossas elites, neste caso alguns jornalistas e comentadores – que nos dias de hoje também nascem como coelhos, sem que saibamos de onde lhes vem a competência – e políticos essencialmente de esquerda, acham que para ganhar um “gosto” nas suas redes sociais ou mais um potencial voto, podem utilizar a imagem internacional do nosso país como qualquer arma de arremesso.

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A falta de conhecimento que foi demonstrado em toda esta discussão apenas me levou a confirmar a pouca preparação que muitos dos intervenientes têm para o lugar que ocupam.

A declaração de Pedro Nuno Santos sobre a questão, sempre muito convencido de que aquilo que vale no seu currículo é a velocidade com que toma as decisões e nunca o acerto das mesmas – e que já o levou a tomar decisões pelo conselho de administração da TAP por WhatsApp e a pagar meio milhão de euros a quem nem sequer deveria ter sido despedida -, veio mostrar uma vez mais a fragilidade, a impreparação e a incompetência de quem apenas tem a capacidade de ser rápido, sem nunca se preocupar com aquilo que essa rapidez prejudica o país e todos os seus concidadãos.

Estamos a assistir em todo o mundo a uma diminuição de competência por parte dos líderes que se propõem a governar-nos.

Podemos vê-lo acontecer por toda a parte e até nos países que consideramos ser os líderes do Mundo.

Deixámos de acreditar que quem estuda, quem se prepara e quem pensa com profundidade nos temas da vida, devem ser aqueles que nos devem guiar nos nossos destinos.

Acreditamos que a democracia veio permitir aos espontâneos ocupar os lugares que costumavam ser dos especialistas – ao ponto de o México estar a eleger juízes do povo sem qualquer preparação académica para o desempenho de uma das mais importantes funções de qualquer sociedade.

Pois esta questão de Olivença quanto a mim veio apenas mostrar que com a falta de conhecimento se ataca quem afirma o que está desde sempre afirmado pelo nosso país e que se acredita que o valor está na velocidade com que se ataca e não na verdadeira procura das soluções que melhor se adequam ao país e aos seus cidadãos.

Sempre que se falar de Olivença e enquanto Portugal mantiver a sua reclamação de direito internacional sobre esse território, a resposta de todos nós terá sempre de ser: Olivença é nossa!