Neste momento de eleições europeias em que as pessoas voltam a ter de pensar nas suas convicções na altura de votar, e tendo em consideração que a pressão do voto útil ou a manifestação de protesto não têm aqui um espaço de ação, acredito ser um tempo em que vale a pena voltar a refletir sobre o modelo de país e de mundo que cada um de nós deseja, tanto para si como para aqueles de quem gostamos e queremos.
Tenho uma profunda convicção de que a liberdade, a verdade e a justiça são os valores mais relevantes da minha conceção de sociedade.
Acredito que a vida em sociedade é a única solução para o ser humano ser capaz de sobreviver, de se relacionar e criar a sua descendência, de comungar os custos e os benefícios resultantes da sua vida, de se desenvolver e crescer como pessoa e de caminhar continuamente para ser feliz.
Para que essa sociedade seja capaz de oferecer estas condições de vida é fundamental todos trabalharmos para o Bem Comum.
Acredito na defesa da propriedade privada, porque todos nós temos necessidade de ter as nossas posses para poder assegurar alguma tranquilidade na nossa maneira de viver.
Mas acredito também que os bens são nossos para os administrarmos, mas que se destinam a promover o bem de todos.
Estou certo de que, para que a sociedade possa estruturar-se como a desejamos, deve sempre promover o desenvolvimento de cada pessoa e, por isso devemos praticar a subsidiariedade, dando a cada um a possibilidade de decidir, sempre que para isso tenha capacidade.
Mas uma pessoa só pertence verdadeiramente a uma sociedade se, para além de poder decidir por si mesma sobre os temas que lhe dizem respeito, puder participar na vida dessa sociedade.
A participação é, ao mesmo tempo um direito e um dever. Resulta da subsidiariedade enquanto direito e da responsabilidade pelo Bem Comum enquanto dever.
Para que a sociedade se mantenha unida e coesa é fundamental o princípio da solidariedade. A responsabilidade de nos preocuparmos com os mais fracos é uma obrigação de cada membro de uma comunidade e só se todos mantivermos esse compromisso poderemos reforçar a sociedade em que nos integramos.
Significa tudo isto que a sociedade em que eu acredito é aquela que respeita a pessoa e a sua dignidade e igualdade, que se preocupa com a sua unidade e, assim, com o Bem Comum.
Uma sociedade que promove a criação de riqueza, essencial ao seu desenvolvimento e que promove a sua distribuição para benefício de todos.
Uma sociedade em que a justiça a verdade e a liberdade condicionam toda a sua forma de estar e de viver.
Por isso advogo uma sociedade liberal na criação de riqueza e social na sua distribuição.
Uma sociedade que promove o salário digno que permite a cada um viver o seu dia, educar os seus descendentes, investir na sua educação e desenvolvimento, cultural, social, profissional e pessoal, sempre com a capacidade de participar nas decisões que afetam a sua vida.
Estes são os princípios e valores que definem a democracia cristã, estes são os princípios e valores por que quero viver no meu país, estes são os princípios e valores que levam 70% dos portugueses a afirmarem-se católicos.
Por tudo isto eu continuarei a defender a democracia cristã, os seus valores e os seus princípios, para tentar defender todos os portugueses e cada português no seu caminho para a sua felicidade.