Infelizmente, os tribunais acabam, invariavelmente, por recolher os restos não tratados (em fases necessariamente anteriores) pelas restantes estruturas sociais do Estado que se diz de Direito.

Dizem, por aí, que é laico, republicano e socialista.

E quando falha o estado social ?

E quando falhou a saúde (que não contrata médicos mas admite um governo com 50 governantes e outros tantos 230 ajudantes) ?

E quando falhou a educação (que paga mal aos educadores, conferindo mais direitos às criancinhas do que aos professores) ?

E quando falhou a segurança social (que continua a sustentar quem não quer trabalhar) ?

E quando falhou a economia (que sustenta StartUps que vão à falência no mês seguinte) ?

E quando falhou a segurança (num interior de abandonados que morreram queimados) ?

Resultado: A Justiça torna-se na rede de fim de linha, que prende quem não mereceu a proteção necessária das anteriores estruturas.

Quantos esquizofrénicos aguardam melhores dias em prisões, em vez de estarem em hospitais ou em centros especialmente vocacionados para doentes ?

Quantos sem abrigo pedem para cumprir as suas penas de prisão até ao fim, por não terem quem os acolha cá fora ?

Por mais que nos custe, a prisão desta menina será a única (e talvez a última) forma que o Estado arranjou para que aquela jovem passe a ter “adequado” acolhimento médico, social, psicológico, educacional, refeições a horas certas, uma cama com lençóis, um tecto que a abrigue do inverno, uma “família” que com ela passe o Natal…

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Será que esta jovem abandonou por ter sido abandonada ?

Ou será que se limitou a proteger o recém-nascido, na incubadora mais acolhedora que encontrou, no local que a sociedade lhe ditou para o nascimento do seu bebé ?

30 anos depois da queda do comunismo é isto que temos mesmo ao nosso lado, à porta de nossas casas.

Caiu um muro mas não caíram as grades… de um Estado que se demitiu das suas funções essenciais.

Infelizmente.