O 39º Congresso Nacional do PSD surgiu no rescaldo de umas acesas eleições diretas, das quais se esperava que o partido emergisse fortalecido e unido contra a ameaça socialista que tanto tem custado a Portugal. Esperava-se que militantes e dirigentes reconhecessem e apoiassem o seu líder mas também que este, por sua vez, desse provas da sua capacidade de liderança e agregação e que, deixando de lado ódios e confrontos passados, construísse uma equipa de qualidade e apresentasse a Portugal candidatos que refletissem o que de melhor e mais capaz existe na sociedade portuguesa. Mais do que qualquer outro líder partidário, Rui Rio tinha as ferramentas para atingir esse objectivo naquilo que é a natureza do PSD. Tendo surgido da união e contribuição de várias ideologias, o PSD pôde configurar-se como um partido de abrangência inigualável no panorama nacional e até mundial. E o que essa abrangência não poupa em horas de debate, também não permite poupar, ou não deveria, em qualidade.

Quando, numa sociedade extremamente segregada, é dito a liberais, conservadores, democratas-cristãos e sociais-democratas que não têm nada em comum, o PSD deveria surgir como esse algo em comum, como uma representação de um conjunto de valores que reunisse todos os Portugueses de bem, que querem o bem para o seu Portugal e para os portugueses. Ora, se isso acontecesse, o PSD seria invencível! Não porque roubou ao centro, à direita ou à esquerda, mas porque não permitiu que roubassem ao que pode, como mais nenhum, representar Portugal como um todo.

É emocionante e motivador ver que várias personalidades do partido, como Miguel Pinto Luz, Carlos Moedas e Paulo Rangel, manifestam nos seus discursos o repúdio pelos tabus ideológicos que não só custam ao PSD força, como também custam a Portugal as soluções concretas de que o país tanto precisa. Ora, não tão emocionante ou motivador é constatar que o presidente Rui Rio não cessa fogo. Tomara que a mira fosse na oposição mas a verdade é que as críticas de Rui Rio têm ainda como alvo os seus companheiros social-democratas, especialmente os que se atrevem a fazer uso da palavra para lhe apontar as devidas críticas que parecem ser, mesmo quando acompanhadas de um compromisso de lealdade e desejo de trabalho em conjunto, suficientes para a atribuição dos rótulos de traidor e conspirador.

Caro Rui Rio, o PSD tem a força viva que espelha o espírito português que, apesar de não poder ser contida numa ideologia específica ou no grupo de pessoas que lhe tiram o chapéu, está à sua disposição para as próximas eleições legislativas. É só querer usá-la…

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