Uma das últimas propostas do PAN, na Assembleia Municipal de Lisboa, foi no sentido de propor que a Câmara Municipal de Lisboa, proibisse os fogos-de-artifício com ruído. Queriam que se usasse, apenas, fogo silencioso (!). A razão de tal proposta, advém do facto de que, segundo o PAN, os cães ficam nervosos com o barulho do fogo-de-artifício.
É estúpido, não é? Claro que é. Felizmente a proposta foi chumbada. Mas não por ser estúpida. Foi chumbada porque o PS não precisa do PAN.
Na Assembleia da República, o mesmo PAN, apresentou uma proposta que pretendia que os equídeos fossem considerados animais de estimação.
É estúpido, não é? Claro que é. Felizmente a proposta foi chumbada. Mas não por ser estúpida. Foi chumbada porque o PS não precisa do PAN.
A questão é que este tipo de partidos, onde se deve incluir o Bloco, vive destas iniciativas. Começaram com algumas reivindicações que até faziam sentido mas, à medida que o tempo passa, vão inventando variações sobre o tema que os fez nascer e ganhar votos. E esse é o problema. Até onde chegará a falta de senso?
O Bloco, nascido de trotskistas, ex-comunistas, amantes da luta armada, defensores das revoluções sangrentas e outras camarilhas, é mais “fino”. Apanhou o momento histórico dos direitos das minorias – particularmente os ligados às questões de género – deixando o PS de calças na mão, o PCP amarrado ao seu conservadorismo, e a direita com a difícil tarefa de gerir estas questões junto da sua base eleitoral. Se a Direita fosse totalmente contra os jovens poderiam afastar-se, se fosse totalmente a favor, as bases conservadoras tenderiam a zangar-se.
A próxima iniciativa virá do Bloco. E isso é perigoso. O que lhes resta? A luta do proletariado? Essa é do PCP. Apoiar todos os que que vão para a rua gritar? Já o fazem há muito tempo. Resta-lhes, tal como o PAN com os cães e os cavalos, inventar novas minorias, novos géneros, novas orientações, novos tipos de família. Será a sua tábua de salvação, já que deixaram de poder falar do alojamento local e dos ganhos no imobiliário.
Sugiro, desde já, que o Bloco apresente uma proposta em defesa da partenogénese (desenvolvimento do embrião sem fertilização) nas mulheres, e, já agora, que o PAN apresente uma defendendo que a fêmea do Dragão-de-Komodo, que tem a referida capacidade, seja considerado animal de estimação.
Como em tudo na vida, há um senão. Os nascimentos, através da partenogénese, só dão machos, mas isso é o tipo de problema que estes partidos já não se preocupam.
Destas duas propostas, ambas estúpidas, uma corre o risco de ser aprovada, pois o PS só não precisa do PAN.