Há uma sondagem que dá, pela primeira vez, uma ligeira vantagem à campanha pela independência escocesa, avança o The Guardian. A diferença nos votos, segundo a sondagem do YouGov, para o Sunday Times, é de dois pontos percentuais, com a campanha pelo ‘sim’ a captar 51% das preferências do eleitorado.

“Estas sondagens devem servir como um ‘abre olhos’ para aqueles que achavam que o resultado do referendo já estava dado como garantido”, disse Alistair Darling, líder da campanha Better Together.

A publicação britânica diz ainda ter conhecimento que a campanha anti-independência está a preparar uma intervenção para deter o movimento pelo ‘sim’, no referendo de 18 de setembro. O plano é convidar várias figuras da sociedade escocesa para participarem numa conferência ou convenção, e decidirem, numa escala maior, as transferências de poder entre Londres e Holyrood.

A conferência está a ser planeada pelos membros dos vários partidos, segundo o The Guardian. O objetivo é o de garantir aos eleitores que, se rejeitarem a independência, não vão ficar apenas com o status quo, indicando que vão surgir mudanças de grande envergadura constitucional.

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Se o ‘sim’ ganhar é uma “revolta impressionante”

Nos últimos meses, os independentistas têm vindo a ganhar terreno e esta é a primeira vez que ultrapassam os unionistas, que estão “desesperadamente” a procurar formas de aproveitar os últimos 11 dias de campanha em falta. Há um mês, as sondagens indicavam que o movimento pró-Independência escocesa tinha uma desvantagem de 14 pontos percentuais face ao pró-União.

Se o ‘sim’ à independência ganhar, diz a publicação, a Escócia está perante uma reviravolta “impressionante”, que poderá desencadear a maior crise constitucional que já se viveu nos 300 anos de história da união. Contudo, a dúvida persiste. Uma sondagem levada a cabo pela Panelbase para a Yes Scotland dá conta de que o ‘não’ vence o ‘sim’ em quatro pontos percentuais, se forem excluídos os eleitores indecisos. O resultado final é de 52% contra 48 por cento.

Rupert Murdoch, lider da News Corp, chegou mesmo a afirmar na sua conta de Twitter, antes de se saberem os resultados da última sondagem, que estes seriam um “choque” para a Grã-Bretanha.

À medida que o ‘sim’ ganha terreno entre os escoceses, os unionistas focam-se em passar a mensagem de que o país pode ter o melhor dos dois mundos caso opte por permanecer dentro do Reino Unido, juntando a segurança financeira que é pertencerem ao reino de sua majestade ao facto de passarem a ter mais poderes, com impostos e um orçamento próprio.

O antigo primeiro-ministro Gordon Brown avançou, na sexta-feira, que queria liderar um debate na Câmara dos Comuns, assim que o referendo na Escócia dê vitória ao ‘não’. “O Reino Unido está a aproximar-se de um Estado federal, onde 85% da sua população chega de apenas uma das suas quatro partes”, disse.