Entre os mais de 1000 cidadãos franceses que se juntaram ao Estado Islâmico há alguns judeus, disse uma fonte do Governo francês ao programa de televisão israelita Channel 2 news e escreve esta terça-feira o Haaretz.
Segundo os serviços secretos franceses, alguns destes cidadãos de origem judaica converteram-se ao Islamismo. A fonte disse ao canal israelita que o número de judeus nas fileiras do Estado Islâmico não é suficiente para se falar numa tendência.
Este anúncio surge dias depois de ter sido revelado que uma adolescente judia francesa estava entre as cerca de 100 jovens que deixaram a França para se juntar aos jihadistas na Síria durante o último ano e meio. Meyer Habib, um deputado judeu no Parlamento francês disse ao Channel 2 que este é um tema de conversa entre a comunidade judaica em França e que a comprovar-se, a história da rapariga judia no Estado Islâmico “é o fim do mundo”.
Um rabino francês disse ao mesmo canal televisivo que este assunto preocupa fortemente a comunidade judaica em França. “É inconcebível. Há muitos rumores a circular e esperamos confirmação por fontes oficiais. Alguns dizem que a rapariga judia se converteu e isso também é desconcertante”.
Durante o mais recente conflito em Gaza, começaram a surgir, em alguns sites da internet, comentários que levantavam a questão de saber porque razão o Estado Islâmico estava a matar muçulmanos no Iraque e na Síria, em vez de lutar contra Israel, como escreve o Haaretz. O Estado Islâmico respondeu no Twitter: “Não demos ordens para matar os israelitas e os judeus. A guerra contra o nosso inimigo mais próximo – aqueles que se rebelam contra a nossa fé – é mais importante. Alá urge-nos, no Corão, a lutar contra os hipócritas porque eles são muito mais perigosos do que aqueles que são fundamentalmente heréticos”. Os jihadistas têm algumas inspirações para agir desta forma, lembra o jornal israelita. Abu Bakr, o primeiro califa do Islão, no século VII, começou por lutar contra aqueles que viraram as costas à fé. Saladino, o curdo, opôs-se primeiro aos xiitas no Egito e só depois se virou para Jerusalém.