A jovem Ricarda tem 15 anos e está a frequentar um curso técnico de produção agrária. Objetivo? Ser ministra da Agricultura. Nuno Crato não a encoraja. “Garanto que não é o trabalho mais confortável do mundo ser ministro da Educação, mas não sei como é ser ministro da Agricultura”, atesta o ministro, respondendo a uma pergunta da estudante, no encerramento da conferência “Os Direitos da Criança – Prioridade, para quando?”, no Parlamento.

Esta declaração chega um dia depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter elogiado o ministro da Educação, reforçando o voto de confiança. Passos Coelho revelou na segunda-feira que Nuno Crato pôs o lugar à disposição, mas que “nunca procurou lavar as mãos” do assunto que tem dominado o último mês e que se prende com o erro na bolsa de contratação de escola, que levou a colocações erradas de professores e atrasou todo o processo.

Ao longo do discurso, Crato não fez mais nenhuma referência a esse assunto e limitou-se a direcionar as declarações para o tema da conferência, sublinhando que “os anos que se passam antes do 1º ciclo de escolaridade são fundamentais”, congratulando-se pelo facto de a taxa de cobertura do pré-escolar aos cinco anos rondar os 97%. Nuno Crato dedicou ainda parte do discurso aos percursos alternativos para dizer que 44% dos alunos do ensino secundário estão a frequentar ofertas profissionais.

 

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