O Ano Europeu do Desenvolvimento, uma iniciativa que vai decorrer durante 2015 em todos os países da União Europeia, arrancou esta semana em Portugal com a apresentação do programa de atividades para todo o ano e a apresentação da embaixadora da iniciativa no país, a atriz e apresentadora Cláudia Semedo. Cada mês vai centrar-se numa temática relacionada com os objetivos do milénio da ONU, que em 2015 serão reformulados, estando previstas conferências e prémios na área do desenvolvimento.

Luís Campos Ferreira, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, disse esta manhã na sessão de apresentação da iniciativa aos jornalistas que a escolha de um tema de política externa pela primeira vez a nível comunitário para marcar um ano, não aconteceu por acaso. “Só quando sentimos na pele os problemas é que percebemos o quão são importantes e infelizmente só valorizamos quando há repercussões negativas”, disse o secretário de Estado, enumerando problemas como o ébola ou os naufrágios no Mediterrâneo como exemplos que puseram a opinião pública a olhar para os países que precisam de mais e melhores condições.

“A Europa entendeu que exportar o desenvolvimento pode significar importar segurança”, disse Luís Campos Ferreira.

Em Portugal, o Ano Europeu para o Desenvolvimento vai começar oficialmente a 14 de fevereiro com uma cerimónia de abertura e um espetáculo no Teatro Rivoli, no Porto. Vai ser ainda lançada em abril uma exposição itinerante com temas como educação, mulheres, saúde, segurança, migrações e direitos humanos, assim como será organizada uma conferência internacional sobre os desafios do desenvolvimento em parceria com a Calouste Gulbenkian. A atribuição de prémios de jornalismo e de investigação também está contemplado no plano da iniciativa.

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Também a presidente do Camões I.P., Ana Paula Laborinho, disse que o desenvolvimento tem de deixar de ser olhado como “uma questão de ricos e de pobres”, defendo que todos os cidadãos devem estar envolvidos no esforço de ajuda aos países com mais carências. Outras instituições como a Plataforma Portuguesa das ONGD, a direção-geral da Educação, o Conselho Nacional da Juventude, a Rede Intermunicipal de Cooperação para o Desenvolvimento e a representação da Comissão Europeia em Portugal.

A ONU está a reavaliar durante o ano de 2015, os 8 objetivos do milénio a que se propôs em 2000, analisando o que correu bem e o que correu mal no esforço da erradicação da pobreza, mas também quer estabelecer novos objetivos face a novos desafios que surgiram nos últimos anos.

A União Europeia é o maior contribuinte mundial de ajuda ao desenvolvimento em países terceiros e em 2013, Portugal gastou 368 milhões de euros neste tipo de ajuda – totalizando todos os fundos provenientes de órgãos públicos entre ministérios, autarquias e institutos públicos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros dispõe em 2015 de um orçamento próprio de 17 milhões de euros para este tipo de ajudas.