A ex-mulher de José Sócrates, Sofia Fava, diz que nunca foi “ouvida” no caso do antigo primeiro-ministro e que por isso pretende agir judicialmente contra os órgãos de comunicação social que continuem a divulgar informações que considera dizerem respeito aos seus “dados pessoais” e à sua “vida íntima”. Na última semana, o património imobiliário de José Sócrates e o seu envolvimento com Carlos Santos Silva nesta matéria foram conhecidos, revelando a venda de um apartamento de Sofia Fava e o pagamento de uma avença à mesma por parte do amigo do ex-marido.

O comunicado chegou às redações através de um escritório de advogados e nele Sofia Fava alega ser “uma cidadã comum”, “mãe de dois filhos e filha de pais vivos” e que eles “se encontram a sofrer profundamente com a utilização” da sua vida pessoal “como arremesso contra seres humanos a quem me ligam fortes laços de amizade”, sendo uma dessas pessoas o pai dos seus filhos, ou seja, Sócrates.

“Não fui até ao momento ouvida, em qualquer qualidade, no âmbito do referido inquérito e desconheço o seu conteúdo, não sendo, até agora e tanto quanto sei, suspeita de qualquer acto ou facto criminoso contido naquele processo. Apesar disso, a comunicação social tem-se dedicado a transmitir informações ou interpretações dali retiradas e que, além de serem ofensivas da minha reputação, constituem devassa da minha vida privada e das pessoas que me são próximas, tendo já provocado danos pessoais e profissionais graves nelas e em mim”, defende Sofia Fava no comunicado.

A ex-mulher de José Sócrates pretende assim agir judicialmente contra os órgãos de comunicação que continuem a difundir informação que considera tratar-se de “dados pessoais”. “Caso continuem a ser divulgadas informações relativas aos meus dados pessoais, à minha vida privada ou íntima e continuem a ser incomodadas pessoas do meu entorno pessoal, apenas para ultrapassar esses limites do direito à informação, transformando-o em mera mercadoria vendável, ver-me-ei obrigada a agir na justiça, o que queria sinceramente evitar”, pode ler-se ainda na missiva enviada aos jornalistas.

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