Calais é mais que a entrada de um túnel. É uma ponte para milhares de imigrantes ilegais que querem atravessar o o canal da Mancha para chegar ao Reino Unido. Só na noite desta quinta-feira, foram cerca de 200 aqueles que pretendiam entrar no Eurotunnel: de acordo com a Lusa, os imigrantes percorreram as linhas férreas na noite, mas foram travados pela polícia. Nenhum dos imigrantes conseguiu atravessar a fronteira, devido ao forte aparato policial e militar instalado em Calais por ordem do governo inglês, que hoje reúne de emergência para encontrar soluções para o problema.
E o problema já levou o executivo britânico a aprovar a construção de gradeamentos para tentar travar esta onda de imigração através do Eurotúnel. Uma onda que está a provocar engarrafamentos gigantescos e a causar enormes prejuízos as companhias de transportes.
Alguns dos imigrantes que chegaram a Calais tinham viajado num camião frigorífico português, avança o presidente da ANTRAM (Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias). Foram doze aqueles que foram encontrados pelos motoristas das empresas de transporte portuguesas junto ao ponto que liga Inglaterra ao continente.
Esta sexta-feira está também a ser marcada pelas manifestações dos trabalhadores da My Ferry Link, uma empresa de transporte ferroviário francesa. Os funcionários em greve estão em Calais a queimar pneus por temerem perder os postos de trabalho, obrigando a empresa a cancelar todos os serviços. A confusão instalada naquela região está a facilitar as tentativas de imigração em Calais.
O governo britânico tem um orçamento de 9,9 milhões para planos que evitem a entrada de imigrantes ilegais no país. Até quarta-feira, tentaram entrar no país 3200 pessoas através do Canal da Mancha.