De janeiro a julho deste ano nasceram mais 1.500 bebés do que no mesmo período do ano passado. Se a tendência se mantiver no resto do ano, a natalidade irá subir pela primeira vez desde 2010. Nos primeiros sete meses de 2015 registaram-se 47.886 nascimentos, e no ano passado 46.386, revelam as estatísticas referentes ao teste do pezinho, realizado pelo Instituto Ricardo Jorge, com números muito próximos da realidade.

“Se se mantiver a tendência observada nos últimos dois semestres – o último do ano passado e o primeiro deste ano –, entramos em recuperação. A expectativa é que tenhamos um número de nascimentos superior ao de 2014. Mesmo que não seja muito grande, é sempre significativo quando temos um declínio desde 2010. Nos últimos anos perdemos cerca de 18% da natalidade. Ter um número mais elevado será um marco”, afirma ao Diário de Notícias (DN) a presidente da Sociedade Portuguesa de Demografia, Maria Filomena Mendes.

O ano de 2010 ficou marcado por uma forte descida da natalidade. Com a crise e o agravamento da situação financeira, a queda do número de nascimentos manteve-se ao longo desta década. A melhoria começou no ano passado.

“Assistimos a um grande adiamento do primeiro e do segundo filho, o que pode estar a acontecer é que os que adiaram chegaram à idade em que se querem ter um filho é agora ou nunca. Outro fator, que não aparece ainda nas estatísticas, parece ser o de antecipação da maternidade por algumas mulheres mais jovens, entre os 25 e os 30. Antecipar para dar mais margem de manobra para o caso de quererem adiar. E aprendemos a ver o que acontece aos outros. Muitos casais adiarem e já não conseguiram ter o segundo filho”, explica Maria Filomena Mendes.

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