As negociações para a paz na Síria terão início esta sexta-feira, em Genebra, segundo a ONU, mas a oposição ao regime de Bashar al-Assad, reunida em Riade, informou que não estará presente.

Na quinta-feira, o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, sublinhou que as negociações – que integram um plano aprovado em novembro em Viena, prevendo um governo de transição, uma nova Constituição e eleições dentro de 18 meses – “não podem falhar”.

Fonte próxima do governo sírio assegurou que a delegação de Damasco comparecerá na Suíça, conforme combinado, mas a oposição ao regime de Damasco disse que estará ausente por ainda “não ter tomado uma decisão”.

O grupo, apoiado pela Arábia Saudita, pediu “esclarecimentos” após a ONU ter convidado outras figuras da oposição e disse querer garantias de que a comunidade internacional agirá para que terminem os ataques de Damasco a civis e para permitir a ajuda humanitária.

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Segundo o enviado da ONU, é prioritário obter “um cessar-fogo, uma suspensão das hostilidades, uma pausa nos combates”, embora a luta contra os grupos terroristas não deva estar incluída nas tréguas, essenciais para que a ajuda humanitária chegue a quem precisa.

O enviado das Nações Unidas defendeu ainda uma participação ativa de grupos de mulheres e de representantes da sociedade civil que, na sua opinião, estiveram pouco representados nos processos anteriores.

Numa mensagem em vídeo, Staffan de Mistura dirigiu-se a “cada homem, mulher, criança sírios, dentro e fora da Síria, nos campos de refugiados ou onde quer que estejam” apelando a que digam “basta” ao conflito e expressem as expectativas depositadas nos participantes nas negociações, para que estes tenham noção de que o momento para “alcançar uma solução pacífica para a Síria é agora”.

De acordo com as autoridades, as negociações para terminar com o conflito na Síria – que já matou mais de 260.000 pessoas e deslocou milhões para longe das suas casas – devem prolongar-se por seis meses, com a primeira ronda a durar duas a três semanas.

A guerra civil, com início em 2011, já motivou duas séries de negociações, denominadas Genebra 1 e Genebra 2, ambas sem resultados.