A Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) anunciou esta quinta-feira que vai avançar com uma ação judicial contra a TVI e defendeu a demissão do diretor daquela estação de televisão, Sérgio Figueiredo.

“Com as conclusões da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) apresentadas publicamente, julgamos estarem reunidas as condições para avançar com uma ação de responsabilidade civil efetiva contra a TVI em nome de todos os lesados inscritos na ALBOA e daqueles que se vierem a inscrever”, afirmou o presidente da ALBOA, Jacinto Silva, em conferência de imprensa, em Lisboa.

De acordo com uma notícia avançada pelo Jornal de Negócios na passada segunda-feira, o regulador da comunicação social condenou a TVI pela atuação em torno do Banif e concluiu que a estação de televisão não contactou as partes interessadas antes de avançar com a notícia do encerramento do banco.

Perante estas conclusões da ERC, o presidente da associação que representa os clientes lesados do Banif questionou: “Será possível o senhor jornalista Sérgio Figueiredo não se ter demitido ainda?”.

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Em junho, a ALBOA apresentou uma queixa-crime junto do Ministério Público, cujo inquérito está a decorrer, por considerar que foi a notícia da TVI que conduziu ao levantamento dos depósitos no dia seguinte à sua divulgação e que precipitou a resolução que levou à venda do Banif.

Conforme a Lusa noticiou no início desta semana, os clientes lesados do Banif vão realizar uma manifestação nacional em Lisboa, no dia 16 de setembro, pela salvaguarda dos seus direitos depois da falência do banco.

Trata-se da primeira manifestação a nível nacional, uma vez que as anteriores ocorreram nas ilhas dos Açores e da Madeira.

A concentração está prevista para as 10h30 do dia 16 de setembro, na Praça do Comércio, em Lisboa, ponto a partir do qual os associados se vão deslocar para a sede do Santander Totta, seguindo depois para o Banco de Portugal (BdP).

A ALBOA foi criada há seis meses na sequência de manifestações espontâneas dos lesados do Banif, levadas a cabo sobretudo nas regiões autónomas da Madeira e Açores, onde o banco detinha uma quota de mercado significativa, antes de ser vendido ao Santander Totta por 150 milhões de euros.

A associação representa 3.500 obrigacionistas subordinados que perderam 263 milhões de euros no processo de venda do banco, bem como 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.