Portugal quer estabelecer uma cooperação triangular que envolva São Tomé e Príncipe e outros parceiros no domínio da segurança marítima e no combate ao narcotráfico transatlântico, disse esta quarta-feira o embaixador português no arquipélago.
“Estamos disponíveis para promover iniciativa de cooperação triangular, eventualmente em colaboração com outros parceiros internacionais em matéria de capacitação e com enfoque na segurança marítima e no combate ao narcotráfico transatlântico se para tal houver interesse da parte de São Tomé e Príncipe”, disse Luís Gaspar da Silva.
O diplomata luso falava na abertura de um seminário de dois dias sobre “o exercício da autoridade e das responsabilidades do estado costeiro no mar”.
Luís Gaspar da Silva pediu igualmente apoio do governo são-tomense para mobilizar os países da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e da Comissão do Golfo da Guiné para uma reunião do género prevista para o próximo ano em Cabo Verde.
“Contamos com o apoio e participação de São Tomé na mobilização dos estados membros da comunidade económica dos estados da África central e da comissão do golfo da Guiné para uma efetiva e larga participação na reunião que terá lugar em Cabo Verde”, apelou.
Considerou que no plano político bilateral existem “excelentes laços de cooperação e de camaradagem” entre as “forças militares e de segurança” de ambos os países.
“A cooperação técnico-militar e o acordo bilateral que assinámos no domínio da fiscalização conjunta do espaço marítimo, sob soberania ou jurisdição de São Tomé, constituem um enquadramento sólido e estruturante para aprofundarmos a nossa cooperação nestas áreas cruciais”, lembrou o embaixador português.
O ministro são-tomense das Finanças, Comércio e Economia Azul lembrou a importância do mar para a segurança alimentar do seu país, o produto interno bruto e promoção do emprego.
Segundo o governante, em São Tomé e Príncipe o mar contribui cinco mil toneladas de peixe por ano, significando 1,5 milhões de dólares por ano de receita para o tesouro público e 6500 postos de emprego no domínio da pesca artesanal em pescadores e peixeiras.
O seminário sobre o exercício da autoridade e das responsabilidades do estado costeiro no mar que decorre na capital são-tomense conta com a participação de oficiais da marinha portuguesa e são-tomense, do Brasil, dos Estados Unidos da América e da França.
Esse seminário insere-se na iniciativa da marinha portuguesa “mar aberto” de Portugal, que preside o grupo G7 (Grupo dos amigos do Golfo da Guiné) e decorre na sequência da reunião promovida por Portugal na primeira semana de junho passado, em Lisboa.
Na quinta-feira, os ministros da Defesa de Portugal e de São Tomé participam na sessão de encerramento.