Foi durante a madrugada de segunda-feira que a Samsung realizou uma conferência para explicar todo o processo de análise realizado nos Note 7 e apresentar o problema que levou à retirada do phablet da empresa sul-coreana do mercado. Segundo os resultados obtidos, as baterias fabricadas pelas duas empresas responsáveis por fornecer as baterias à Samsung apresentavam defeitos que acabavam por criar um curto-circuito.

Não há dúvidas que o Galaxy Note 7 foi uma das maiores dores de cabeça que a Samsung alguma vez teve de enfrentar. As explosões levaram até a que o smartphone fosse proibido dentro de aviões e obrigou a empresa sul-coreana, após a primeira recolha para resolver o problema, a retirar de uma vez por todas o Note 7 do mercado. Os meses seguintes foram aproveitados para realizar os devidos testes para que chegassem a uma conclusão sobre o porquê das explosões presentes no smartphone.

As teorias eram várias, desde o telemóvel não ter espaço suficiente para a bateria até ao facto das baterias apresentarem defeitos de fabrico. Quem apostou na segunda hipótese acabou por ter razão, Koh Dong-jin, responsável da divisão de telemóveis da empresa, explicou durante a conferência que esta explicação era “necessária para recuperar a confiança dos consumidores e das empresas parceiras”. Segundo os resultados apurados, existia um defeito de fabrico nas baterias de lítio que fazia com que as células negativas entrassem em contacto com as positivas, levando a um curto circuito.

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“Nos últimos meses, em conjunto com entidades independentes especialistas desta indústria, realizámos uma investigação rigorosa para identificar a causa dos incidentes verificados com o Samsung Galaxy Note7”. Koh sublinhou ainda que, “hoje, mais que nunca, estamos empenhados em conquistar a confiança dos clientes através de inovação que redefine o que é realmente possível em termos de segurança, e que abre as portas a um mundo de possibilidades ilimitadas e de novas experiências incríveis.”

As baterias de litio funcionam através de células positivas e negativas, que não devem entrar em contacto direto para não provocarem um curto circuito. Nos primeiros smartphones colocados no mercado, o problema estava no formato das baterias fabricadas pela SDI que, como era demasiado pequeno e arredondado, levou a que houvesse contacto das células positivas e negativas no canto superior direito.

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Apresentação por parte da Samsung dos problemas presentes no canto superior direito nos primeiros modelos de bateria do Note 7

No segundo caso, agora com as baterias fabricadas pela ATL, o problema estava numa falha de isolamento interno que levava a que o material responsável por separar as células positivas e negativas não estivesse presente ou se degradasse demasiado depressa.

Apresentação da Samsung do problema presente nas segundas baterias presentes no Note 7.

Apresentação da Samsung do problema presente nas segundas baterias presentes no Note 7.

Durante os teste foi construida uma estação de carga e descarga continua com os Note 7 para ajudar a replicar os acidentes. Em testes separados a empresa verificou se o problema poderia ser do carregamento rápido (com e sem fios) ou do leitor de íris. Nenhum dos sistemas apresentou qualquer anomalia ou impacto nas baterias.

Além da Samsung, também três empresas externas ficaram encarregas de realizar testes aos Galaxy Note 7: a UL, a Exponent e a TUV Rheinland foram as responsáveis pela identificação das causas de explosão. Poderá aceder a uma explicação mais detalhada aqui.

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Segurança extra daqui para a frente

A fim de evitar que tamanho acidente ocorra, a Samsung apresentou um teste de oito pontos que será realizado daqui para a frente nas baterias que acompanharem os smartphones da marca. Os oito pontos são:

  1. Teste de durabilidade – serão realizadas várias cargas e descargas das baterias em diversos ambientes controlados. Os testes incluem altas temperaturas, carga em excesso e pressão aplicada;
  2. Inspeção visual – cada bateria será inspecionada para garantir que cumpre os padrões standart;
  3. Raio-X – As baterias serão analisadas através de um raio-x para verificar se todos os componentes estão em condições;
  4. Carregar e descarregar – serão realizados diversos ciclos de carga e descarga das baterias numa utilização normal;
  5. Teste de TVOC – será garantido pela Samsung uma análise para verificar se não existe nenhuma fuga dos componentes internos da bateria;
  6. Desmontagem de baterias – algumas baterias serão desmontadas para garantir que estão bem construidas, incluindo a fita de isolamento;
  7. Teste de utilização acelerada – será realizado um teste intensivo em que irão simular um consumo de energia acelerado nos dispositivos;
  8. Delta Open Circuit Voltage – será efetuado um teste para determinar qualquer alteração na voltagem.

[Veja o vídeo onde é explicado os oito passos de segurança]

https://www.youtube.com/watch?v=OeKdcIOAEL8

Estes testes começam a ser postos em prática imediatamente e serão aplicados em todas as gamas da marca e não apenas nos topo de gama. A empresa está confiante que, com estes oito pontos de segurança vão evitar outro desastre como o do Note 7, algo que deviam ter feito antes de colocarem o smartphone à venda no mercado.

Apesar do problema estar presente nas baterias que são fabricadas por duas outras empresas, a Samsung assume toda a responsabilidade sobre os equipamentos explosivos. A empresa espera poder partilhar os testes de segurança, agora aplicados, com outras companhias do mercado. Com o lançamento do Galaxy S8 para breve, resta esperar para ver que surge por parte da empresa sul-coreana que tem agora a hipótese de voltar a destacar-se no mercado mobile.