A coordenadora nacional do BE defendeu esta segunda-feira que, para os portugueses recuperarem rendimentos, o Governo deve preocupar-se mais em garantir progressividade nos escalões de IRS no próximo Orçamento de Estado (OE) do que em “ser subalterno” à Comissão Europeia.
“Maior progressividade nos escalões do IRS é uma medida que está inscrita no acordo que o BE fez com o PS e tem que ser implementada nesta legislatura”, disse a coordenadora do BE, Catarina Martins, durante uma ação no mercado semanal de Espinho, onde distribuiu o jornal do partido e ouviu vários cidadãos referirem-se-lhe a si como “uma mulher pequenina, mas cheia de força e valor”.
A líder do BE admitiu que poderá não ser possível executar a medida por completo apenas num ano, mas, precisamente por isso, alertou que “o próximo OE já tem que ter um maior aumento de escalões para reduzir os impostos cobrados em sede de IRS – que, neste momento, são muito altos.”
“Eu sei que a pressão europeia é gigantesca e que a Comissão Europeia foi contra o fim dos cortes nas pensões e nos salários, contra o aumento do salário mínimo nacional e contra todas as medidas destinadas a recuperar os rendimentos”, recordou.
Mas, acrescentou, “é a determinação de defender o país, mais do que ser-se subalterno à Comissão Europeia, que permite crescimento económico, emprego e até o controlo do défice”.
Para Catarina Martins, a discussão sobre a recuperação de rendimentos é particularmente oportuna “no momento em que o Governo se prepara para apresentar o Programa de Estabilidade e em que, verdadeiramente, se começam a desenhar as linhas do próximo OE”.
No entanto, a concretização desse objetivo não passará apenas por um maior número de escalões de IRS, já que o BE também reclama a implementação de programas de combate à precariedade, o descongelamento de carreiras e um maior acesso a pensões antecipadas.
Esse último aspeto foi abordado, aliás, durante a visita de Catarina Martins à feira de Espinho, com vários cidadãos a aproveitarem a presença da coordenadora do BE para reivindicar reformas menos tardias.
“[O acesso a pensões antecipadas] é uma medida essencial que deve avançar o quanto antes porque, se deixarmos reformarem-se as pessoas que começaram a trabalhar quando eram crianças, não só estaremos a fazer justiça a essa geração, como estaremos a criar postos de trabalho para as geração mais jovens que procura emprego”, concluiu a coordenadora do BE.