O secretário de Estado da Administração Interna anunciou, esta quarta feira, que o financiamento à atividade operacional dos bombeiros deixa de estar limitado à época de incêndios, passando a vigorar todo o ano e a abranger outras situações de emergência, como cheias.

Na comissão parlamentar de Agricultura e Mar, Jorge Gomes avançou que a diretiva financeira de 2017, documento anual que fixa os princípios norteadores do pagamento das despesas resultantes das intervenções dos corpos de bombeiros, tem como novidade a compartição aos bombeiros durante o ano todo e deixa de estar limitada aos incêndios florestais.

“O financiamento deixa de estar limitado ao DECIF (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais), passando a vigorar todo o ano nos estados de alerta amarelo ou superior”, disse o secretário de Estado. Jorge Gomes sublinhou que a diretiva financeira permite apoiar os bombeiros na reparação e reposição de veículos e equipamentos, alimentação e combustível, bem como na mobilização de grupos de reforço em situações de incêndios, cheias, tempestades e outras situações de emergência.

Questionado pelo deputado do PSD Maurício Marques sobre a comparticipação aos bombeiros que integram o dispositivo de combate a incêndios florestais, o secretário de Estado referiu que a verba se mantém nos 45 euros por dia, sublinhando que um bombeiro recebe, ao final do mês, 1350 euros.

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Jorge Gomes adiantou que este montante diário totaliza uma despesa para o Estado de 22 milhões de euros por ano. Na comissão parlamentar, o secretário de Estado apresentou aos deputados o DECIF para este ano, que mobiliza mais 1580 operacionais do que em 2016.

A época de incêndios, que começou na segunda-feira e termina a 15 de outubro, vai ter os meios de combate na sua capacidade máxima entre 1 de julho e 30 de setembro, a chamada “fase Charlie”. Para esta fase, considerada a mais crítica, vão estar envolvidos 9.740 operacionais e 2.065 viaturas, apoiados por 48 meios aéreos e 236 postos de vigia.

O DECIF deste ano tem como novidades um reforço de meios para combate a incêndios florestais nos distritos de Braga e Viana do Castelo, colmatando assim uma deficiência sentida em 2016. O dispositivo deste ano conta também com a integração de uma força com 1380 militares, que receberam formação específica para participar nas ações de rescaldo e vigilância do rescaldo, de forma a libertar os bombeiros para outras operações.

Outras das novidades passa pela inclusão de um helicóptero destinado a ações de coordenação aérea e reconhecimento. O objetivo é ter um helicóptero a observar a dimensão e as frentes de fogo, quando as chamas estiverem a ser combatidas por vários meios aéreos, ajudando no posicionamento do ataque aéreo e no posicionamento dos meios terrestres.

Jorge Gomes deu conta ainda aos deputados que este ano há um reforço das equipas do Grupo de Análise e Uso do Fogo (GAUF), tendo sido criadas três no âmbito da Força Especial de Bombeiros e outras três no Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro da GNR.