O malparado no crédito à habitação caiu em junho para o valor mais baixo desde dezembro de 2011, somando 2.101 milhões de euros, enquanto no crédito ao consumo atingiu mínimos de há nove anos, revelam esta terça-feira dados do Banco de Portugal.

Segundo os indicadores do Banco de Portugal, é preciso recuar a dezembro de 2011 para encontrar um montante do crédito vencido com finalidade habitação (2.099 milhões de euros) inferior aos 2.101 milhões de euros verificados em junho. Já relativamente ao malparado no crédito ao consumo, situou-se em junho passado nos 702 milhões de euros, o valor mais baixo desde agosto de 2008, em que se fixou nos 691 milhões de euros.

Em sentido inverso, o crédito vencido no financiamento destinado a outros fins (onde se inclui o financiamento para saúde, educação ou energia) aumentou em junho para 2.028 milhões de euros, contra os 1.866 milhões de euros do mês anterior.

No total, o crédito vencido nos empréstimos a particulares somou 4.831 milhões de euros em junho, ascendendo o montante global dos empréstimos concedidos pelo setor financeiro a 115.026 milhões de euros. De acordo com o Banco de Portugal, os empréstimos concedidos pelos bancos a particulares para habitação continuaram a cair em junho (2,5%) em termos homólogos, assim como os concedidos a sociedades não financeiras (3,3%).

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Em maio, as taxas de variação anual (tva) destes empréstimos tinham sido igualmente negativas (-2,6% em ambos os casos). No conjunto da área do euro, as tva nos empréstimos a sociedades não financeiras e a particulares (habitação) foram de 1,3% e 3,3%, respetivamente, que comparam com 1,6% e 2,9% verificadas em maio.

De acordo com a nota de informação estatística do BdP publicada esta terça-feira, os depósitos de particulares nos bancos residentes totalizavam os 139,2 mil milhões de euros no final de junho, refletindo uma tva de -1,0%, que compara com -0,6% observados em maio.

Na área do euro, a tva dos depósitos de particulares foi de 3,8% em junho, “ligeiramente inferior” aos 3,9% registados no mês anterior.

O Banco de Portugal divulgou também que, em junho, a taxa de juro média dos novos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras foi de 2,60%, o que representa uma redução de 14 pontos base face a maio e constitui “um novo mínimo histórico”.

A diminuição verificou-se tanto nas operações abaixo de um milhão de euros como nas operações acima de um milhão de euros, com as taxas a fixarem-se em 2,97% (3,11% em maio) e 2,13% (2,17% em maio), respetivamente”, sinaliza a instituição.

O volume de novos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras no primeiro semestre de 2017 foi de 13.927 milhões de euros, montante inferior aos 15.450 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior.

Nas novas operações de empréstimos a particulares para habitação, a taxa de juro média foi de 1,69% (1,68% em maio). No crédito ao consumo e para outros fins, as taxas de juro médias foram de 7,28% (7,36% em maio) e de 3,37% (4,12% em maio), respetivamente.

Segundo o Banco de Portugal, “a descida das taxas de juro dos empréstimos para consumo e outros fins determinou um novo mínimo histórico da taxa de juro de novos empréstimos a particulares (3,42%)”.

O volume de novas operações de empréstimos para habitação totalizou até junho 3.822 milhões de euros, acima dos 2.699 milhões de euros do período homólogo, enquanto no caso do consumo o montante de novas operações ascendeu a 1.990 milhões de euros, o valor mais elevado desde 2008 (1.993 milhões de euros).

Já a taxa de juro média dos novos depósitos, até um ano, de sociedades não financeiras fixou-se em 0,20%, seis pontos base abaixo da observada em maio. No caso dos particulares, o valor médio da taxa dos novos depósitos, até um ano, foi de 0,28%, o que representa um acréscimo de quatro pontos base face ao verificado em maio.