Mark Asay, um supremacista branco condenado por dois homicídios motivados por ódio racial há 30 anos, foi executado na quinta-feira nos Estados Unidos com recurso a uma injeção letal experimental.
É a primeira vez que um homem branco é executado no estado da Flórida pelo homicídio de um homem negra. Desde que o estado voltou a aplicar a pena de morte, em 1976, 20 homens negros já foram executados por assassinar vítimas brancas, de acordo com informações do Centro de Informações da Pena de Morte.
Foi também a primeira vez com uma injeção letal experimental foi utilizada num humano. Trata-se de etomidato, um anestésico nunca antes usado para execuções nos Estados Unidos e que vai substituir o midazolam, um fármaco que tem sido posto de parte ao longo dos últimos anos, devido a receios de que causava sofrimento desnecessário.
Os Estados Unidos entraram num debate polémico sobre as drogas utilizadas nas execuções, quando veio a público a informação de que várias execuções estavam a causar sofrimento desnecessário. Em tempos, a cadeira elétrica foi o meio mais utilizado para levar a cabo as execuções mas tem sido substituída pela injeção letal, que o governo acredita ser a opção mais humana e ética possível.
Os estados do Alabama, Flórida, Carolina do Sul, Kentucky, Tennessee e Virgínia ainda permitem o uso da cadeira elétrica. No Arizona, Califórnia, Mississippi, Missouri, Oklahoma e Wyoming ainda aplicam penas de morte em câmaras de gás. E em Delaware, New Hampshire e Washington, o enforcamento também é uma opção. Apesar de permanecerem viáveis, a injeção letal é o método por defeito a ser aplicado em todos os estados onde a pena de morte ainda é legal.
No caso de Asay, foi aplicado um cocktail de etomidato, rocurónio e acetato de potássio.
Mark Asay apresentava tatuagens ligadas a gangues de supremacistas brancos, como o KKK, e símbolos racistas.
O homem de 53 anos foi condenado em 1987 por dois homicídios levados a cabo em Jacksonville. As provas apresentadas pelos procuradores confirmaram que o supremacista matou Robert Lee Booker, um homem negro, e Robert McDowell a tiro na mesma noite.
Asay terá contratado McDowell para prostituição nessa noite – um homem hispânico de 26 anos que se vestia de mulher – e matou-o a tiro quando percebeu que se tratava de um homem.
Após vários comentários racistas, encontrou Booker e matou-o da mesma forma. Até ao fim, Asay negou sempre ter morto Booker, mas admitiu ter sido o responsável pela morte de McDowell.