Uma operação policial numa casa em Surrey, relacionada com o atentado do metro de Londres, está a decorrer desde a manhã deste sábado, de acordo com informação divulgada pela BBC. O local exato da operação, Cavendish Road, em Sunbury-on-Thames, fica apenas a cerca de 25 kms de Londres.

De acordo com moradores, citados pela BBC, a casa em questão pertencerá a Ronald e Penelope Jones, de 88 e 71 anos respetivamente, um casal que há várias décadas acolhe temporariamente crianças e jovens, e que em 2010 foi até condecorado por isso, numa cerimónia no Palácio de Buckingham, em que esteve presente a própria Rainha. Ao todo, diz o órgão britânico, o casal terá recebido mais de 250 crianças ao longo dos últimos 40 anos — algumas refugiadas.

No decorrer da operação, a polícia britânica avançou a informação de que estava a evacuar os edifícios em volta da casa sob investigação. “A evacuação é uma medida de precaução, na sequência da detenção de um homem em Dover, Kent”, pode ler-se no comunicado. Terão sido perto de 200 as pessoas retiradas das suas casas. Até às 20h00 de sábado, todas aguardaram num clube de rugby da zona a autorização para regressar.

Na manha deste sábado, um suspeito foi detido por suspeitas de ligação ao atentado no metro de Londres, segundo confirmou a polícia de Kent. Segundo a BBC, o jovem de 18 anos foi detido na zona de partidas do porto de Dover, que foi parcialmente evacuado durante a operação. O suspeito foi entretanto transferido de uma esquadra na cidade portuária, a 125 kms de Londres, para outra, já na capital.

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Neil Basu, da Polícia Metropolitana de Londres, confirmou a detenção: “Fizemos uma detenção importante para a nossa investigação esta manhã. Embora estejamos contentes com o progresso que fizemos, a investigação prossegue e o nível de ameaça mantém-se no nível ‘crítico'”, declarou o agente. “Esta detenção irá levar a mais atividade por parte dos nossos homens. Por questões relacionadas com a investigação, não vamos dar mais detalhes sobre o homem que detivemos, pelo menos nesta fase.”

O comissário assistente Mark Rowley, autoridade máxima da unidade de contraterrorismo, já tinha declarado na sexta-feira que o ataque no metro de Londres poderá ter envolvido mais do que um suspeito. Ao longo da tarde deste sábado, Neil Basu consubstanciou essa teoria garantindo aos jornalistas que as autoridades estão a “manter a mente aberta relativamente ao número de suspeitos” potencialmente responsáveis pelo atentado de sexta-feira. “Continuamos a seguir várias linhas de inquérito, e a grande ritmo”, cita a BBC.

De acordo com o jornal “The Guardian”, há alguma especulação de que a bomba usada no atentado terá sido feita com a substância triperóxido de triacetona, também conhecida por “Mãe de Satã” — substância essa usada para o fabrico das bombas utilizadas nos atentados de Paris e, mais recentemente, produzida pelos terroristas de Barcelona.

O ex-responsável do gabinete de segurança de Contraterrorismo britânico, Chris Phillips, declarou à BBC que a presença de um temporizador, encontrado na bomba, indica que o atacante muito provavelmente não tencionava ser um bombista suicida. Phillips questiona se a mistura presente no balde não seria apenas a preparação de um explosivo que ainda não estava terminado e que pode ter explodido por engano.

O governo britânico, que esteve este sábado de manhã reunido numa das suas reuniões de emergência com vários organismos de segurança conhecidas como COBRA, decidiu manter o estado de alerta terrorista no nível “crítico”.

A estação de metro Parsons Green foi reaberta na manhã deste sábado.

Estação de metro de Parsons Green foi reaberta depois do ataque de sexta-feira