As autoridades de Angola asseguraram esta quarta-feira que o primeiro satélite angolano, lançado terça-feira, está sob controlo, ao contrário de notícias divulgadas neste dia indicando que a Rússia havia perdido o contacto com o aparelho.

Em declarações aos jornalistas no final do Conselho de Ministros, o secretário de Estado para as Tecnologias de Informação, Manuel Homem, rejeitou que existam problemas nos contactos com o satélite, cumprindo-se o que estava previsto.

Segundo notícias divulgadas neste dia, a Rússia perdeu o contacto com o primeiro satélite angolano de telecomunicações Angosat, lançado terça-feira do cosmódromo de Baikonur no Cazaquistão. “O contacto cessou temporariamente, perdemos a telemetria”, indicou fonte do cosmódromo à agência France Presse, dizendo esperar restabelecer o contacto com o satélite.

Rússia perdeu contacto com primeiro satélite angolano

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ora, segundo o governante angolano, o que “aconteceu é que de facto o lançamento do satélite ocorreu ontem (terça-feira). O satélite fez o seu percurso normal, está na órbita para o qual foi planificado” e “temos sob controlo o satélite”, disse Manuel Homem, citado pela agência noticiosa angolana Angop. Manuel Homem remeteu para mais tarde mais informações oficiais sobre o estado do aparelho.

O Angosat representa um investimento do Estado angolano de 320 milhões de dólares (269,6 milhões de euros) e o seu lançamento foi comemorado em Luanda com fogo-de-artifício. Angola tornou-se assim no sétimo país africano, ao lado da Argélia, África do Sul, Egito, Marrocos, Nigéria e Tunísia, com um satélite de comunicações em órbita.

O aparelho, construído por um consórcio estatal russo, foi lançado com recurso ao foguete ucraniano Zenit-3SLB, envolvendo ainda a Roscosmo, empresa espacial estatal da Rússia, e estará em período de teste até março, aproximadamente.

Na semana, passada, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, disse que 40% da capacidade comercial do satélite já está reservada e que o Estado angolano estima a recuperação do investimento em pelo menos dois anos.