Há mais duas IPSS com contas e ordenados na mira das autoridades, à semelhança do que aconteceu em dezembro com Paula Brito e Costa na Raríssimas. A Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos do Seixal foi alvo de um processo e de uma auditoria por parte da Segurança Social, de acordo com a SIC.

Nos Açores, a Sábado revela que ex-presidente da Arrisca (e atual diretora regional para a Prevenção e Combate às Dependências) ganhava mais de 4 mil euros por mês quando estava à frente da instituição, ordenado que foi censurado na sequência de uma auditoria da Secretaria Regional de Saúde, em fevereiro de 2016.

Em relação à IPSS do Seixal, a investigação da SIC revela que a Segurança Social está a investigar todas as contas, serviços e procedimentos da instituição, depois de terem recebido uma denúncia anónima. Uma das suspeitas que está a ser investigada terá a ver com vagas clandestinas no lar de idosos da associação, que envolvem o pagamento de mensalidades fictícias em donativos.

Nos Açores, em fevereiro de 2016, a Secretaria Regional de Saúde fez uma auditoria à Arrisca e censurou o ordenado de 4.067 euros da presidente Suzete Frias, porque não podia “ultrapassar o montante máximo” estabelecido no Estatuto das IPSS: 1676 euros. Em novembro desse ano, foi nomeada diretora regional para a Prevenção e Combate às Dependências pelo governo regional.

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O PSD/Açores já reagiu e vai levar uma proposta de demissão da diretora ao Parlamento Regional. “Está em causa uma verba que excede largamente os valores praticados, quer na administração pública quer em IPSS, para idênticas funções de técnico superior na área de psicologia. Quem gere apoios públicos desta forma abusiva e em benefício pessoal, como fez a dra. Suzete Frias enquanto presidente da Arrisca, não pode continuar a merecer confiança política para administrar dinheiros públicos”, defendeu Mónica Seidi, do PSD/Açores, numa nota enviada pelo partido.

A associação já reagiu dizendo que os dirigentes da instituição, “os atuais e os do passado”, e “designadamente” a anterior presidente Suzete Frias, “sempre deram o melhor de si, com sacrifício muitas das vezes das suas vidas pessoais, a favor dos desconsiderados e excluídos da sociedade” açoriana.

Em dezembro, a TVI emitiu uma reportagem sobre a Raríssimas, na qual a ex-presidente Paula Brito e Costa é acusada por ex-funcionários de comprar vestidos de alta costura para si própria com o cartão da associação, de cobrar deslocações que nunca foram realizadas – apesar de ter à sua disposição um carro de alta gama pago pela Raríssimas – e de beneficiar de um salário de três mil euros, acrescidos de 1.300 euros em ajudas de custos e um Plano Poupança Reforma de mais de 800 euros mensais.

Oito perguntas para entender a polémica da Raríssimas