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Photo by Justin Sullivan/Getty Images

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Desperdício alimentar. Quando o lixo não é lixo

Em Portugal desperdiça-se cerca de um milhão de toneladas de alimentos por ano. O Observador foi saber quem anda a combater esta realidade pelo mundo, o que acontece por cá e o que cada um pode fazer.

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Comecemos com um exercício de imaginação. Pinte na sua tela a fingir um senhor de idade, a piscar o olho aos 90 anos. Podia ser seu amigo, pai ou avô. Trabalhou uma vida inteira, criou uma empresa, a coisa não correria mal. Conduziu um Volvo durante mais de 18 anos e tem como máxima “cêntimo a cêntimo”. Usa roupa em segunda mão e compra leite e iogurtes quase, quase a bater na data de validade, porque tem aversão ao desperdício. Ah, e acumulou durante a vida uma fortuna de mais de 50 mil milhões de euros. O que lhe diria?…

A estrela da lengalenga é Ingvar Kamprad, um pai de quatro filhos, que montou um negócio chamado Ikea. O sueco criou um império com os seus móveis que fazem lembrar Lego e viveu e fez viver a empresa com um lema que vem inscrito na bíblia do Ikea: “Desperdiçar recursos é um pecado mortal no Ikea”.

Fomos buscar a história de Kamprad porque o tema deste artigo é o desperdício alimentar. O El País contou esta quinta-feira que o fundador do Ikea compra produtos que se aproximam vertiginosamente do seu prazo de validade. “Para ele é intolerável que se deitem fora os alimentos e as coisas que poderiam ter uso”, disse ao diário espanhol um trabalhador do supermercado onde o sueco faz compras.

A Assembleia da República declarou 2016 como o ano nacional de combate ao desperdício alimentar em Portugal

WeFood: comprar a metade do preço no limite da validade

A luta contra o desperdício alimentar não é nova. Esta batalha ganhou agora novo fôlego com a abertura do supermercado WeFood, na Dinamarca. Nessa grande superfície comercial vendem-se produtos alimentares a metade do preço por duas razões: prazos de validade a expirar e/ou embalagens danificadas — o WeFood abriu dia 22 de fevereiro. O líder do projeto, Per Bjerre, disse ao The Nation que o supermercado é para aqueles que estão preocupados com a quantidade de comida desperdiçada no país. A Dinamarca está a sair-se bem nesta luta: reduziu em 25% o desperdício alimentar, nos últimos cinco anos.

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O assunto é sério. Trinta e três por cento dos alimentos produzidos para consumo humano são desperdiçados em todo o mundo. Em Portugal, desperdiça-se qualquer coisa como um milhão de toneladas de alimentos por ano, sendo que 332 mil quilos têm origem nas casas dos consumidores — ou seja, 17% do que é produzido acaba no lixo. Os números foram revelados pelo Projecto de Estudo e Reflexão sobre o Desperdício Alimentar (PERDA), do Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa. O Governo de Passos Coelho contava reduzir 20% do valor revelado pelo PERDA nos cinco anos seguintes. Ou seja, até 2019.

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2014

A comida é feia? Sim, e depois?

Se o WeFood é uma resposta importante ao desperdício, os princípios da estratégia não são totalmente novos. A Daily Table abriu em junho de 2015, em Boston, Estados Unidos, e não deseja fazer lucro. Os produtos disponibilizados provêm de parcerias com supermercados, fornecedores, agricultores e fabricantes, que doam o que têm em excesso. “Muitos dos nossos produtos são preparados diariamente na nossa cozinha no local”, pode ler-se na página oficial da Daily Table.

E como se apresenta esta loja? “Oferecemos uma ambiente otimista, limpo e amigável que está aberto a toda a comunidade. Trabalhando juntos conseguimos reduzir os efeitos dos maus hábitos alimentares causados pelos desafios económicos, e também o impacto do desperdício de comida e dos seus importantes recursos para o ambiente.”

O criador da ideia é Doug Rauch, que passou 31 anos na Trader Joe, 14 deles como presidente. Rauch queria montar e oferecer algo saudável ao preço da comida de plástico. Se a aventura começou numa comunidade residencial em Dorchester, o objetivo agora passa por alargar a intervenção ao país inteiro. O Observador tentou conversar com Rauch, mas os seus colaboradores informaram que era impossível, pois o fundador da Daily Table está inundado de pedidos de entrevistas, e o foco está nos Estados Unidos.

https://www.youtube.com/watch?v=2xzBWpOKRhA

Há produtos que chegam praticamente a um terço do preço habitual, simplesmente por estarem no limite da validade, ou por não terem o aspecto digno das montras dos supermercados convencionais. Por exemplo, meio quilo de bananas da Daily Table custa 26 cêntimos. Ou, então, meio quilo de maçãs que custa 45 cêntimos, praticamente um terço do seu preço real — Vale a pena espreitar aqui a reportagem da NBC na loja e ir até ao fim, pois o senhor da New Food Economy encheu um saco e pagou menos de cinco euros por ele. Os iogurtes, como mostra o vídeo em cima, podem custar três, quatro vezes menos. É este o desafio da empresa de Rauch: lutar contra o desperdício e possibilitar às pessoas rechearem as suas casas com produtos de qualidade a preços acessíveis.

“Uma coisa que realmente me impressionou é o facto de 49 milhões de americanos terem dificuldades para comer bem, e por causa disso estamos a sofrer grandes problemas de saúde”, disse Rauch à NBC. “E, por isso, quando tens problemas económicos, acabas por não ser capaz de pagar as coisas que deverias comer, e o resultado é comeres coisas que vão levar ao aumento de diabetes, doenças cardíacas, obesidade, etc.”

"Quando tens problemas económicos, acabas por não ser capaz de pagar as coisas que deverias comer, e o resultado é comeres coisas que vão levar ao aumento de diabetes, doenças cardíacas, obesidade, etc."
Doug Rauch

Rauch tenta também lutar contra a ditadura dos prazos de validade. “Esses códigos — ‘vender até’, ‘consumir até’ — não são prazos de validade. Não têm nada a ver com a segurança dos alimentos, e nem estão regulamentados. Noventa e nove por cento dos americanos não o sabe. Por causa disso, estamos a deitar para o lixo milhões de quilos de comida, sem necessidade”, disse Rauch nos estúdios da WGBH News. Segundo este artigo da Time, de 2013, mais de 90% dos americanos deitava fora comida antes do tempo, sem qualquer necessidade, como alerta Rauch.

“”As datas num produto servem para ajudar a loja a determinar durante quanto tempo deve ter o produto disponível para venda. Também pode ajudar o comprador a saber o tempo limite para comprar ou para usar o produto na sua melhor qualidade. Não é uma data de segurança.”

O Departamento da Agricultura dos Estados Unidos corrobora a versão. “As datas num produto servem para ajudar a loja a determinar durante quanto tempo deve ter o produto disponível para venda. Também pode ajudar o comprador a saber o tempo limite para comprar ou para usar o produto na sua melhor qualidade. Não é uma data de segurança”. É mais ou menos isto que está no site oficial do departamento norte-americano. Ou seja, o prazo de validade diz apenas até quando o produto estará no pico da sua qualidade e frescura. Mais: não há quaisquer indicações ou regulamentações federais para a colocação dessas datas, pelo que quem coloca as validades são os fabricantes. “Entre 35% e 40% de toda a comida produzida na América não é consumida”, informa Rauch.

Não ficar refém das datas de validade e poupar com isso

A Grocery Clearance Center, em Dallas, com descontos a chegar aos 50%, é outro exemplo. “As datas [de validade] às vezes são um problema para as pessoas”, contava à NBC Gary Gluckman, o dono da loja, que também detém um estabelecimento do género no Texas. “Outras não têm problemas em comprar produtos que estão fora de prazo há vários meses, mas se está para venda e está na nossa loja, [então] é bom.”

Alguém que ergueu a voz pela causa foi John Oliver, no Last Week Tonight, há sensivelmente sete meses. Segundo o apresentador, agarrando-se a números da PLOS ONE, o desperdício de comida entre os americanos aumentou 50% per capita desde 1974. No programa são usadas também imagens arrebatadores de lixeiras com comida perfeitamente comestível, assim como números assombrosos. Em 2013, por exemplo, quase 50 milhões de pessoas viveram com insegurança alimentar nas suas casas — isto é uma tradução pouco rigorosa de “food-insecurity”, que diz que muitos lares norte-americanos não são capazes de ter uma quantidade suficiente de comida nutritiva a preço acessível.

Em 2009, um artigo da Time já abordava a questão. Chamava a essas mercearias low-cost “Salvage Grocery Stores” e dava conta dessa realidade: “O que importam as datas [de validade] quando pode poupar dinheiro?”, perguntava a publicação norte-americana. Estas mercearias, diz o artigo, nem sempre são fáceis de encontrar, por isso o autor da peça publicou uma lista enorme com superfícies com o mesmo conceito. São dezenas e dezenas espalhadas pelo território norte-americano. Essas lojas oferecem descontos até 75%.

O desperdício de comida entre os americanos aumentou 50% per capita desde 1974

Basta uma rápida pesquisa no Google para observar que os bons exemplos remontam, pelo menos, a 2008. Segundo o SF Gate, uma publicação de San Francisco, registou-se na altura um grande aumento de clientes das lojas denominadas de “salvage stores”, que têm produtos danificados ou a roçar o prazo de validade. Os proprietários e empresários eram maioritariamente da comunidade amish.

“Muitas pessoas conduzem de uma salvage store para outra para verem que pechinchas conseguem”, disse então ao SF Gate Barbara Byler, uma mulher amish de 41 anos, que geria o Shedd Road Salvage, em Ohio. “Algumas pessoas não têm trabalho. Nós contamos que elas venham.” O mesmo artigo ouviu também o outro lado da moeda, o consumidor. “Estou a tentar encontrar maneiras de cortar a conta da mercearia”, dizia Shirley Baxter, um homem de 73 anos. “Um local como este ajuda. Com a nossa idade estamos com uma remuneração fixa”, dizia, elogiando a B&K Salvage, em Ohio.

Em França, desde fevereiro, acabou-se o desperdício de comida nos supermercados. Uma lei dita que os alimentos sejam doados a instituições de solidariedade e bancos alimentares

Se há empresas e pessoas inspiradoras, há causas que começam no topo da pirâmide. Em França, desde fevereiro, acabou-se o desperdício de comida nos supermercados. Uma lei ditou que fosse proibido que os supermercados locais deitassem fora a comida que não é vendida. Solução? Doar alimentos e produtos a instituições de solidariedade e bancos alimentares.

Portugal. Os hábitos, as intenções e a realidade de alguns supermercados

Os números em Portugal, como já vimos em cima, são preocupantes, mas a Deco aprofundou a questão. Um estudo, no qual foram inquiridos 1.725 consumidores, revelou que metade deles admite deitar para o lixo alimentos fora do prazo de validade, o que nem sempre é necessário. É que muitos dos consumidores não fazem a destrinça entre produtos perecíveis e produtos não perecíveis. Ou seja, quando se vê nas embalagens “consumir até…” é diferente de “consumir preferencialmente até…”. No primeiro caso convém levar a coisa mais à risca, embora, se o produto estiver bem guardado e a embalagem intacta, poderá ser consumido alguns dias depois. No segundo caso, o consumo pode ser mais tardio, se conservado em boas condições.

“Por cá temos dois tipos de validade”, explica ao Observador Gonçalo Moreira Guerra, vice-presidente da Associação de Nutricionistas Portugueses. “A data limite de consumo, que aparece nos rótulos ‘consumir até’, com o dia, mês, ano — vê-se nos iogurtes, por exemplo. Depois há a data de durabilidade mínima, que são os produtos não perecíveis, que têm validade mais longa, acima de três meses e vai até dois anos — um pacote de massa, por exemplo, que pode ser consumido em casa um ou dois meses depois de expirado. A lei diz que não se pode ter nem um nem outro à venda quando expira.” Um dos problemas, diz, é haver uma “grande falta de literacia alimentar entre os portugueses”. Isto é, “se calhar 90% não sabe interpretar um rótulo”.

A dish of Italian-style pasta noodles with a chicken, onion, mushroom, and tomato sauce, and parsley, sits on a yellow and white striped surface, 1970s. (Photo by Hulton Archive/Getty Images)

A massa pode ser consumida um ou dois meses depois de o prazo apontado no pacote ter expirado Foto:Hulton Archive/Getty Images

Este é um assunto sensível e, por isso, o vice-presidente da Associação de Nutricionistas Portugueses não deixa de vincar: “Tem de haver algum cuidado. As datas de validade servem para qualquer coisa!”

Guerra explica ainda quem define os prazos de validade. “São as indústrias. Fazem estudos, com várias amostras, depois há análises microbiológicas. Fazem-se também testes à cor, sabor, textura e cheiro. São tiradas várias amostras de cada produto em cada dia. Quando começa a aparecer qualquer coisa, aquele produto já não estaria bom para venda. Normalmente é atribuída a data de validade com segurança grande.”

A Deco alertou, em março de 2015, que o desconhecimento das duas realidades “explica que 40% dos inquiridos deite fora produtos cujo prazo preferencial de consumo foi ultrapassado”. Já em alimentos como carne, peixe, enchidos, ovos, leite do dia, bolos com creme, queijo fresco ou iogurtes, por exemplo, devem ser respeitados os prazos de validade.

Muitos consumidores não fazem a destrinça entre produtos perecíveis e produtos não perecíveis. Ou seja, quando se vê nas embalagens “consumir até…” é diferente de “consumir preferencialmente até…”

Em setembro de 2012, vários super e hipermercados — Continente, El Corte Inglés, Jumbo, Pão de Açúcar, Novo Horizonte, Pingo Doce — lançaram uma campanha para incentivar e sensibilizar consumidores a ter outra atitude face aos alimentos, evitando o desperdício.

Nas lojas Pingo Doce, revelou ao Observador uma fonte oficial, os produtos são retirados de venda antes do seu prazo de validade terminar, “de acordo com a legislação” em vigor em Portugal. “No âmbito da política de apoio às comunidades envolventes e com o objectivo de minimizar o desperdício alimentar, o Pingo Doce encaminha diariamente, para Instituições de Solidariedade Social, os produtos que não podem ser comercializados, onde se incluem aqueles que se aproximam do final da sua validade, mas que estão em perfeitas condições para serem consumidos”, diz a mesma fonte.

Em setembro de 2012, vários super e hipermercados -- Continente, El Corte Inglés, Jumbo, Pão de Açúcar, Novo Horizonte, Pingo Doce -- lançaram uma campanha para incentivar e sensibilizar consumidores a ter outra atitude face aos alimentos, evitando o desperdício.

Já as lojas Lidl têm outra abordagem. Produtos que estão a expirar mudam de lugar e são-lhes colocadas etiquetas a alertar para a baixa de preços. “O Lidl define uma data limite Lidl para a venda de cada artigo, que visa garantir que os clientes possam consumir o artigo com qualidade e em segurança antes do respetivo prazo de validade”, diz ao Observador fonte oficial. “Esta metodologia permite aos nossos clientes terem tempo para consumir com confiança e segurança os produtos uma vez levados para casa, e contribui também para a redução do desperdício alimentar em casa, onde se gera a maioria do desperdício.”

E continua: “Os produtos que se aproximam das respetivas datas de validade são colocados num local devidamente assinalado com uma etiqueta em que se pode ler ‘30% mais barato’ por aproximação da data de validade”, explica a mesma fonte. “Do mesmo modo, as nossas frutas e legumes perecíveis podem ser objeto de uma redução de 50% duas horas antes do fecho das lojas.”

"Os produtos que se aproximam das respetivas datas de validade são colocados num local devidamente assinalado com uma etiqueta em que se pode ler "30% mais barato" por aproximação da data de validade. Do mesmo modo, as nossas frutas e legumes perecíveis podem ser objeto de uma redução de 50% duas horas antes do fecho das lojas"
Fonte oficial do Lidl

Os supermercados Jumbo optam pelas etiquetas, sem que os produtos saiam do lugar. “Colocamos etiquetas nos produtos a dizer ‘Proximidade de fim de validade’, ficando esses produtos mais baratos, para livre escolha dos nossos clientes”, explica fonte oficial. Os produtos que dizem “consumir preferencialmente até…” são retirados das prateleiras quando se vislumbra a data final.

Em maio de 2015, mais de 50 entidades lutavam já contra o desperdício alimentar em Lisboa, contava o DN. Um mês depois, contou o Económico, a Assembleia da República declarou 2016 como o ano nacional de combate ao desperdício alimentar. Os deputados publicaram então um documento com 15 recomendações para combater o desperdício alimentar. A maioria das medidas, contudo, era bastante cinzenta e generalista.

“Acho que nunca haverá diferenciação na parte das operadoras (como nos casos acima referidos, nos EUA). Ou seja, é improvável haver pequenas mercearias a vender tais produtos. Acho que é impossível haver uma legislação com algumas exceções”, diz Gonçalo Guerra, que insiste em repetir que combater o desperdício alimentar não é escoar e canalizar para outras vias, como a doação, mas sim a erradicação efetiva do desperdício.

Em janeiro de 2015, o Comissariado Municipal de Combate ao Desperdício Alimentar publicou um relatório com números alarmantes: “A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) projeta que, em 2050, a população mundial rondará os 9 mil milhões de habitantes. Este número, para além de representar um enorme aumento populacional, significa que dentro de 35 anos será necessário alimentar mais um quarto da população do que aquela que existe nos dias de hoje”, pode ler-se no Plano Municipal de Combate ao Desperdício Alimentar. “Esta previsão de crescimento demográfico e a necessidade de mais alimentos obrigarão ao aumento da produção de alimentos em 70% até 2050.”

Olhe para o seu caixote do lixo. Há lá coisas que podiam ter sido comidas

Preocupados com a questão do desperdício alimentar, ou apenas com a ideia de retirar o máximo dos alimentos, começa a florescer a ideia de aproveitar todos os vegetais, da raiz à folha. Já há livros de culinária só com esta ideia por base e começa mesmo a ser uma trend no seio de muitos chefs conceituados. Mas como fazer isto em casa?

“Um dos truques é não ir às compras com fome. E é importante que as pessoas não vão excessivamente atrás das promoções, pois acabam por comprar o que não precisam”, diz o vice-presidente da Associação de Nutricionistas Portugueses. Outro problema, diz, são as embalagens maiores, que acabam por ficar mais baratas. “O consumidor tem tendência para comprar a maior, porque é mais barata, mas se calhar às vezes um terço acabará por ser desperdício.”

E mais dicas? “A salada de frutas, por exemplo, é muito mais saudável com casca. Porquê tirar!? Toda a casca que se pode comer na fruta não se deve tirar. Uma tarte de cenoura pode fazer-se sem cenoura e apenas com a casca da mesma”, informa.

“Depois, come-se carne e peixe a mais. As leguminosas são uma ótima solução — a FAO decretou 2016 como o ano internacional da leguminosa. Há feijão, grão, ervilhas e lentilhas, que cá nem comemos, mas os espanhóis comem muito. São excelentes alimentos, proteicos, muito baratos, nutricionais. Na última balança alimentar, o consumo de leguminosas estava muitíssimo abaixo do consumo diário recomendado pela roda dos alimentos.”

E insiste: “E não faz sentido! São riquíssimas em fibra e baratas. Em tempos de crise, os portugueses não estão a consumir leguminosas. Nem portugueses, nem o mundo inteiro. O português continua a ter mais olhos do que barriga, alguns têm barriga a mais — consomem mais do que deviam e mandam muita comida para o lixo. Nesse total de um milhão de toneladas desperdiçadas, a carne representa 10%, o que, sendo um bem caro, é muito.” Os hortícolas lideram a lista, com 27%. O peixe representa apenas 3% do desperdício.

Veja esta fotogaleria para perceber o que pode fazer com tanta coisa que deita fora. Por exemplo, aproveita a parte branca da melancia e as folhas da beterraba?

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