Após a assembleia realizada em frente ao palácio do governo no Recife, polícias e bombeiros decidiram pôr fim à greve por melhorias salariais que tinha sido considera ilegal, apesar de nem todos os membros terem concordado, refere a imprensa local.
Os tumultos na capital do estado brasileiro de Pernambuco tiveram início ao cair da noite de quarta-feira e prolongaram-se durante a madrugada, com ataques de dezenas de pessoas contra lojas e camiões de distribuição de alimentos, confirmaram as autoridades.
A Polícia Civil informou que, nas últimas 24 horas, pelo menos 234 pessoas foram detidas por roubo, furto, posse ilegal de armas de fogo ou invasão de propriedade privada.
O governador de Pernambuco, João Lyra Neto, pediu, esta quinta-feira, o reforço da Força Nacional de Segurança, um organismo treinado para combater distúrbios sob a dependência do Governo federal, a fim de garantir a ordem nas ruas, face à decisão inicial dos polícias de prolongar a greve.
Horas depois, os funcionários decidiram suspender o protesto.
“Paramos porque entendemos que a sociedade pernambucana não pode continuar a sofrer”, disse Joel Maurino, um dos representantes da Polícia Militar.
Minutos mais tarde, várias patrulhas da Polícia Militar retomaram a sua atividade na zona sul da cidade, segundo a imprensa local.
Além dos detidos e dos danos materiais que resultaram da onda de violência, a Confederação Brasileira de Futebol (CFB) cancelou os dois encontros da liga brasileira marcados para este fim de semana no Recife por causa da insegurança.
O organismo confirmou à agência Efe a decisão de atrasar as partidas Náutico-Vasco e Sport-Bahia, as quais deviam ser disputadas nos próximos sábado e domingo, respetivamente, no estádio do Mundial, Arena Pernambuco, e no Adelmar da Costa Carvalho.
Vários eventos culturais e um encontro empresarial, previstos para os próximos dias, também foram cancelados por causa da falta de segurança.
Na noite de quinta-feira, a cidade de São Paulo também foi palco de uma manifestação inserida numa série de atos delineados para pelo menos 50 cidades, numa ação denominada 15M – Dia Internacional de Lutas contra a Copa (forma como os brasileiros apelidam o Mundial de Futebol), a qual resvalou em confrontos com a polícia e em atos de vandalismo.
Os atos, realizados por diferentes associações de classes, como professores, movimentos, partidos políticos de esquerda e polícias em greve, reuniram milhares de pessoas em cidades-sedes do Mundial2014, entre elas Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife.
As manifestações possuem diversos objetivos, mas há um denominador comum: a crítica direta ou indireta ao evento da FIFA.