Pedro Passos Coelho referiu-se, na noite desta quarta-feira, aos “responsáveis que têm na sua mão decisões importantes para o futuro do país”, numa alusão aos juízes do Tribunal Constitucional, cuja decisão sobre o Orçamento de Estado de 2014 deve ser conhecida em breve. Estes responsáveis, defendeu Passos, “comprometem as aspirações legítimas de uma recuperação da economia e da credibilidade” portuguesas. “O que fizemos nestes três anos não foi porque a troika impôs. Fizemos o que era preciso fazer num país que estava à beira da insolvência”, alegou.

Passos Coelho admitiu que a política que chegou à casa das pessoas nestas europeias foi “pobre”, mas diz que o esforço para combater a abstenção e o alheamento do portugueses deve ser partilhado por “todos os intervenientes públicos”. Em vésperas de moção de censura no parlamento, o primeiro-ministro questionou como é possível alguns partidos estarem mais preocupados em “creditar mais um bocadinho com o descontentamento da crise”, oferecendo aos portugueses “um discurso vazio e muita demagogia”.

No Conselho Nacional que decorreu em Lisboa, a intervenção inicial do primeiro-ministro foi aberta à comunicação social, um caso raro neste tipo de situações. Passos Coelho admitiu o resultado “insatisfatório” nestas eleições. “O resultado que alcançámos é claramente insatisfatório e não é por pôr em causa as legislativas de 2015, mas mais importante é saber como é que aproveitaremos estas condições para alargar a base de apoio para transformar o país” avisou o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro quer “afinar a comunicação” do PSD, dizendo aos militantes que não é preciso “ter receio de dizer o que o Governo fez em Portugal”. Ao contrário de outras forças, Passos Coelho diz que o PSD não deve estar “obcecado” com as eleições nem “despejar a cartucheira toda de promessas”. “Aqueles que acham que agora já não precisamos de cumprir o memorando de entendimento são os primeiros a não ter nenhuma consciência do que está em jogo” insistiu o primeiro-ministro.

Passos diz estar a tratar com Paulo Portas o caminho para o futuro, sem se pronunciar sobre uma possível coligação em 2015 entre o PSD e o CDS, garantindo antes que o Governo está a preparar ainda o que tem a fazer até ao final deste mandato, pedindo “tranquilidade ao partido”.

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