Num ‘chat’ que durou cinco minutos disse que gostava de hambúrgueres e de rebuçados, que é ucraniano, tem 13 anos e o pai é ginecologista. A história de Eugene Goostman convenceu 33% dos júris do Teste de Turing, que testa até que ponto um computador (leia-se programa de computador) pode pensar como um ser humano. Especialistas já lançaram o alerta: o desenvolvimento da inteligência artificial pode ser uma arma no cibercrime.
De acordo com o The Independent, o criador do teste (em 1950), Alan Turing, disse que podia considerar-se que um computador pensa quando consegue enganar os interrogadores em 30% de uma conversa online de cinco minutos. Eugeste Goostman conseguiu-o este sábado na Universidade de Reading, no Reino Unido. Convenceu 33% dos 30 elementos do júri. Foi a primeira vez.
O sucesso de Eugene não foi, segundo o jornal online ZDnet, uma surpresa. Já em 2012, o mesmo “rapaz” tinha conseguido enganar 29% dos 25 júris, estes sim, humanos. Eugene é ucraniano, mas foi criado por três programadores russos – Veselov, Eugene Demchenko e Sergey Ulasen. Veselov já disse que o “rapaz do chat” é um hóbi e que tem tentado aperfeiçoar os seus erros. A ideia é dar-lhe cada vez “mais personalidade”. Um Eugene como este podia ser utilizado, na prática, para dar assistência aos utilizadores de alguns sites ou mesmo para fazer companhia a humanos.
Mas especialistas temem que este tipo de inteligência artificial possa ser usada com outros fins. Um dos professores que esteve no evento, Kevin Warwick, já disse:
“Claro que o teste tem implicações na sociedade atual. Ter um computador que consegue enganar um humano, fazendo-o pensar que é uma pessoa, é uma chamada de atenção para o cibercrime. O teste de Turing é uma ferramenta vital para combater essa ameaça. É muito importante compreender melhor como é o online, as comunicações em tempo real do género podem influenciar o ser humano de tal forma que ele pode acreditar que é verdade… uma coisa que não é”.