O porta-voz do PSD negou esta segunda-feira a existência de qualquer negociação de um “mini-memorando” com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e acusou o PS de estar “a tentar criar ficção”.
“Não há nenhuma negociação. Isso é o PS a tentar criar ficção e a arranjar fantasmas onde eles não existem”, afirmou, hoje à tarde, à Lusa Marco António Costa, à margem de uma visita ao distrito de Viana do Castelo.
O dirigente social-democrata reagia desta forma à exigência feita hoje pelo PS de que o Governo deve esclarecer “se está ou não” a negociar um “mini-memorando” com o FMI.
“Não há nenhuma renegociação, reabertura ou prolongamento do programa de assistência. Trata-se apenas de um formalismo natural”, frisou.
Marco António Costa garantiu que o programa de assistência está encerrado, estando a ser negociada com a ´troika’ a forma de ultrapassar a alteração ditada pelo acórdão do Tribunal Constitucional, para que seja entregue a última ´tranche’ da ajuda financeira.
“Julgo que não é surpresa para ninguém. É uma consequência natural e automática que decorre da circunstância de o Tribunal Constitucional ter anunciado a sua decisão antes do dia 16 de junho e da necessidade de serem tomadas medidas substitutivas daquelas que foram declaradas inconstitucionais”, explicou.
Para Marco António Costa “é claro” que o Tribunal Constitucional “sabia perfeitamente” do impacto que teriam as suas decisões antes do prazo estabelecido para a conclusão do programa de assistência.
“Teve quatro meses a refletir sobre as decisões que pretendia tomar. Foi pena não ter esperado mais 16 dias e com isso evitar que Portugal perdesse, no imediato, os 2,6 mil milhões de euros que faltam da última ´tranche’ e também de ver completamente encerrado o programa de assistência”, sustentou.
Já se a decisão fosse tomada a partir de 16 de junho, defendeu o porta-voz do PSD, “não era necessária a intervenção do FMI, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu mas apenas das diferentes instâncias do Estado português”.