Milhares de polícias invadiram esta terça-feira o complexo de um grupo religioso na Coreia do Sul – numa operação de busca pelo dono do ferry naufragado em abril – e que resultou na detenção de quatro pessoas que poderão ter ajudado Yoo Byung-eun a fugir.
A operação teve lugar nas instalações de retiro da Igreja Evangélica Batista, em Anseong, a cerca de 80 quilómetros a sul de Seul, informou a televisão pública KBS, indicando que os agentes tinham mandados judiciais contra dois membros do grupo religioso de que Yoo Byung-eun é um dos fundadores.
A polícia – que destacou cerca de seis mil agentes para o local – voltou a procurar pelo dono da Cheonghaejin Marine, a empresa proprietária do ferry que afundou a 16 de abril, mas sem sucesso, à semelhança do que sucedeu, em meados de maio, quando entrou no complexo por acreditar que ali se encontrava aquele que é atualmente o homem mais procurado da Coreia do Sul.
Nas últimas semanas, as autoridades detiveram outros quatro membros da organização religiosa por suspeitas de terem ajudado Yoo Byung-eun a escapar.
Seul anunciou uma recompensa de 500 milhões de wones (356 mil euros) para quem entregar o milionário Yoo Byung-eun.
O empresário de 73 anos foi acusado de desvio de fundos, evasão e suborno depois de o naufrágio ter colocado a descoberto transações ilegais realizadas pela companhia Cheonghaejin Marine e pelas suas filiais.
Yoo Byung-eun continua a ser procurado, depois de não se ter apresentado diante da justiça, apesar de citado, numa altura em que o Ministério Público investiga também a sua eventual responsabilidade no acidente, depois de se apurar que o ferry transportava o triplo da capacidade de carga permitida e face à suspeita de incumprimento de outras normas de segurança.
O milionário não possui ações na Cheonghaejin Marine, mas as autoridades acreditam que controla, de facto, a empresa, através dos seus filhos, que detêm uma participação significativa.
O seu filho mais velho, Yoo Dae-kyun, ao qual é atribuída responsabilidade direta nas violações das normas de segurança, está também a ser procurado pelas autoridades, estando fixada uma recompensa para quem o entregar no valor de 100 milhões de wones (71.300 euros).
O naufrágio resultou em 304 mortos, a maioria dos quais jovens, havendo ainda 12 corpos por recuperar do interior do barco, que permanece afundado em águas do sudoeste do país desde 16 de abril.