O socialista António Vitorino entende que as eleições primárias no Partido Socialista “não são uma solução mágica” e considera que o processo devia ser mais rápido, já que quatro meses (as primárias estão marcadas para 28 de setembro) são “um período demasiado prolongado”.

No seu comentário habitual na SIC Notícias, António Vitorino referiu as suas duas grandes preocupações em relação à atual crise de liderança socialista. Em primeiro lugar, a lentidão do processo: “Quatro meses neste ambiente, em lume aceso, faz mal ao partido”. Em segundo, a tensão que se tem verificado entre António Costa e António José Seguro: “O debate está numa crispação e tensão que não serve a ninguém”. “Ganhe quem ganhar, vai ser preciso unir o PS depois”, lembrou o socialista em tom de aviso.

Questionado sobre as diferenças ideológicas entre Costa e Seguro, António Vitorino considerou que “a não existência de divergências ideológicas é uma boa e uma má notícia” e que essa indefinição deverá ficar clara até à reunião da Comissão Nacional, a acontecer a 22 de junho. “Vamos aguardar pela Comissão Nacional. Todos os protagonistas devem ter cabeça fria e pôr de lado os ajustes de contas que não levam a lado nenhum”, aconselhou o socialista. Sobre a questão da liderança bicéfala, António Vitorino foi claro: “O PS não tem tradição de separar as funções. Lideranças bicéfalas não funcionam, manifestamente. Não faz sentido”. E acrescentou, em tom irónico, que seria “melhor fazer como o champô Linic, dois em um”.

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