O Ministério Público (MP) venezuelano nomeou nesta quinta-feira a coordenadora da investigação do assassínio a tiro de um comerciante português, cuja padaria foi assaltada na terça-feira por dois homens armados, em La Candelária, no centro de Caracas, informa um comunicado.

“O MP incumbiu a promotora 4ª da área metropolitana de Caracas, Sussan Ferreira, para dirigir a investigação pela morte do comerciante de origem português, José Correia (77 anos), ocorrida na manhã de 01 de julho no seu estabelecimento”, explica o comunicado.

Segundo o MP, a promotora está a “coordenar as atuações realizadas pelos funcionários do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (antiga Polícia Técnica Judiciária), orientadas a determinar as responsabilidades derivadas deste facto”. “Entre as diligências da investigação (já) realizadas, está a inspeção técnica do local, trajetória balística, levantamento planimétrico, fixação fotográfica, entrevistas a testemunhas e familiares”, refere.

Natural de São Vicente, Madeira, José Correia, de 77 anos foi assassinado terça-feira por dois indivíduos armados que assaltaram a sua padaria. O assassínio ocorreu pelas 06h30 (12h00 em Lisboa), quando o comerciante abriu umas das portas da padaria El Faro. Os assaltantes, que chegaram num motociclo, ameaçaram o comerciante e levaram-no para a casa de banho onde lhe deram três tiros. Depois, vandalizaram todo o estabelecimento comercial, forçaram a abertura da caixa registadora e levaram o dinheiro.

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Após tomarem conhecimento do crime, dezenas de residentes naquela localidade bloquearam várias ruas de La Candelária, em protesto pela elevada insegurança que se regista no país e para pedir que os assassinos sejam identificados e castigados.

Quarta-feira o protesto foi retomado, pelo segundo dia consecutivo, com a população a queixar-se às autoridades da falta de segurança e da falta de resposta da ‘Guarda do Povo’ (polícia militar encarregue da segurança dos cidadãos) às denúncias dos roubos que ocorrem diariamente.

José Correia, que emigrou para a Venezuela aos 16 anos, deixa uma mulher e dois filhos. Um irmão da vítima foi assassinado há alguns anos, em Caracas, durante um assalto a um estabelecimento comercial.