O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou esta terça-feira Israel de, ao bombardear a faixa de Gaza, fazer “terrorismo de Estado” e realizar “um massacre” entre os habitantes do enclave palestiniano.

“Até quando ficará o mundo silencioso perante este terrorismo de Estado”, insurgiu-se Erdogan no seu discurso semanal perante os deputados do seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), excluindo qualquer normalização das relações da Turquia com o Estado hebreu enquanto este continuar a agressão a Gaza.

“Israel comporta-se como uma criança mimada e leva a morte aos palestinianos”, disse Erdogan, que, ao criticar a “inércia” da opinião internacional contra a operação militar israelita que já causou 192 mortos, se apresentou como o defensor da causa palestiniana. Dirigindo-se aos palestinianos, o chefe do governo turco declarou: “Vocês não estão sós e nunca estarão”. Adiantou que a Turquia continuará a encaminhar apoio humanitário para a faixa de Gaza, controlada pelo movimento islâmico Hamas.

O governo israelita anunciou hoje aceitar uma iniciativa de cessar-fogo proposta pelo Egito após uma semana de bombardeamentos de Gaza, enquanto o Hamas rejeitou qualquer trégua. A Turquia e Israel atravessam uma grave crise diplomática desde maio de 2010 quando um comando israelita assaltou o Mavi Marmara, o navio almirante de uma frota de ajuda humanitária que tentava furar o bloqueio israelita à faixa de Gaza.

Nove militantes turcos foram mortos no ataque e um décimo morreu depois devido a ferimentos. Há vários meses que decorrem discussões entre Israel e a Turquia para indemnizar as famílias daquelas vítimas. O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, deve encontrar-se na sexta-feira em Istambul com dirigentes turcos a propósito da guerra em Gaza.

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