Audições marcadas: a ministra das Finanças e o governador do Banco de Portugal vão já na quinta-feira ao Parlamento, para prestar contas sobre a revolução operada no velho BES durante o fim de semana. Maria Luís Albuquerque perante a Comissão Permanente (que substitui o plenário durante as férias) e Carlos Costa na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, pelas 18h00 do mesmo dia (nome cuja audição foi proposta formalmente pelo PSD).

Mas não vão ser os últimos da lista. Na convocatória disponível na página do Parlamento consta um ponto prévio à audição do governador: uma “programação das audições sobre a situação do Banco Espírito Santo/Novo Banco”. Vem aí uma nova ronda, embora seja incerto se já na próxima semana ou apenas em setembro, no regresso dos trabalhos. “Vamos discutir isso”, diz ao Observador Eduardo Cabrita, o socialista que preside à comissão.

Ontem mesmo, quando foram acertadas as duas reuniões de quinta-feira, “foram feitas várias sugestões”. O mais provável é que o próximo seja Vítor Bento, que agora preside ao Novo Banco. “Isso aconteceu, por exemplo, quando houve recapitalização do BCP e do Banif”, lembra o deputado socialista.

Mas também há grupos parlamentares a admitir a chamada de Faria de Oliveira, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, que ontem fez um muito breve comunicado sobre a solução encontrada, considerando-a positiva. Hoje, porém, o Público e o Diário Económico escreveram sobre o incómodo da banca privada com uma decisão que a coloca perante um cenário difícil: a possibilidade de assumir os encargos de parte do apoio ao Novo Banco, caso a venda não cubra a totalidade do empréstimo do Estado.

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O BPI já veio dizer esta terça-feira, por isso, que é melhor não apressar a venda, para que a banca não acabe com outro problema.

A verdade é que, em setembro, o Parlamento vai discutir algo mais abrangente: uma comissão de inquérito parlamentar, que pelo menos será proposta do PCP. Segundo notícias de segunda-feira, o PS e até o PSD podem estar disponíveis para aprovar o que será uma maratona de interrogatórios sobre o que se passou nos últimos meses em torno do BES e do Grupo Espírito Santo.