O Novo Banco garantiu nesta quinta-feira que todos os trabalhadores que passaram para a nova instituição vão manter os seus direitos e deveres, incluindo o Fundo de Pensões, revela um comunicado hoje divulgado. Segundo uma nota da instituição entretanto enviada após as reuniões desta tarde entre o presidente do conselho de administração do Novo Banco, Vitor Bento, e os sindicatos representantes dos trabalhadores da instituição, “todos os trabalhadores [do antigo BES] passaram para o Novo Banco mantendo os seus direitos e deveres, incluindo o Fundo de Pensões”.

A administração do Novo Banco assegura igualmente que “o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do setor bancário mantém-se em vigor e será integralmente cumprido” pela nova instituição. O banco agora liderado por Vitor Bento garante também que “as eventuais implicações nas relações laborais que possam decorrer de processos da reorganização do banco serão sempre avaliadas em conjunto com os representantes dos trabalhadores no sentido de procurar as soluções que, sendo possíveis, minorem os eventuais efeitos sociais”.

O presidente do Sindicato Bancário do Sul e Ilhas manifestou-se hoje disponível para discutir o plano de reestruturação do Novo Banco, considerando que apenas a manutenção dos trabalhadores na instituição poderá criar “o capital de confiança” do banco.

Além do Sindicato Bancário do Sul e Ilhas, que integra a Federação do Setor Financeiro (FEBASE), afeta à UGT, o presidente executivo do Novo Banco, Vitor Bento, recebeu também a comissão de trabalhadores do banco, o Sindicato dos Quadros Técnicos Bancários e a comissão sindical do Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (SINTAF) do Grupo Banco Espírito Santo (GBES)/Novo Banco.

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“Estas reuniões representaram uma oportunidade para a administração reconhecer a importância dos representantes dos trabalhadores do Novo Banco na prossecução da missão confiada à equipa de gestão, de recuperar a posição como o melhor Banco português”, sublinha o comunicado.

Por último, a administração enaltece os trabalhadores, que “são a força vivificante da instituição e têm sido os grandes obreiros de preservação de valor do banco na fase difícil por que este tem passado. E são eles que, no meio das dificuldades e incertezas, têm assegurado a qualidade do serviço a que o banco sempre habituou os seus clientes”.

Há uma semana, o presidente executivo do Novo Banco afirmou, em entrevista à SIC, a primeira depois de ter assumido a liderança da instituição, que vai apresentar um plano de reestruturação, sobre o qual recusou revelar detalhes. Questionado sobre se ia reduzir o número de balcões e de trabalhadores, Vítor Bento admitiu essa probabilidade.

Na noite de domingo, 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou controlo do BES e anunciou a separação da instituição num banco mau (‘bad bank’), que concentra os ativos e passivos tóxicos, e num ‘banco bom’, o banco de transição chamado Novo Banco, que reúne os ativos e passivos considerados não problemáticos e que receberá uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros do Fundo de Resolução bancário.

O Fundo de Resolução bancário, que vai capitalizar o Novo Banco, foi criado em 2012 para intervir financeiramente em bancos em dificuldades, aplicando as medidas determinadas pelo Banco de Portugal. Este fundo é financiado pelas contribuições regulares dos mais de 80 bancos com atividade em Portugal e por contribuições extraordinárias em caso de crise num banco em particular.