Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia chegaram esta sexta-feira a acordo para fornecer armamento ao exército minoritário curdo no Iraque, anunciou Frank-Walter Steinmeier, chefe da diplomacia alemã. “Chegámos a uma posição comum em que a União Europeia elogia o facto de alguns países terem respondido favoravelmente ao pedido feito pelas forças curdas do Iraque”, disse.

A França e o Reino Unido já tinham revelado que iriam avançar com os planos para fornecer armas às forças curdas e foi o ministro dos Negócios Estrangeiros francês Laurent Fabius que convocou esta reunião, esperando conseguir pressionar os restantes Estados-membros a fazerem o mesmo.

Até agora, a intervenção europeia no Iraque estava a ser discutida em termos de ajuda humanitária. É muito raro para os Estados membros aprovarem o envio de armas para um cenário de conflito. Principalmente quando se receia que essas armas possam facilmente trocar de lados, escreve a AFP.

Antes do encontro, Sebastian Kurz, MNE da Áustria, disse que o seu país não iria enviar armamento. “Não estamos preparados para participar na entrega de armas. Como sabem, não somos um grande exportador de armas, não somos um grande poder militar. Podemos ajudar de outras formas, através da ajuda humanitária, como já estamos a fazer”.

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Do lado alemão, houve alguma ambiguidade, expressa principalmente pela ministra da Defesa Ursula von der Leyen, que afirmou que o país estava a analisar que tipo de equipamento militar podia enviar, sem, no entanto, se comprometer. “As armas já estão a ser entregues por outros países. Os curdos estão mais familiarizados com as armas da antiga União Soviética, como Kalashnikovs, e também equipamento pesado. A Alemanha não tem esse tipo de armas”.

No entanto, Steinmeier afirmou antes do encontro que não basta “elogiar a coragem das forças de segurança curda”, sendo necessário “fazer algo para suprir as suas necessidades básicas”.